Caminhos Cruzados e escola de Nelas usam morcegos para combater pragas na vinha
O produtor vinícola beirão Caminhos Cruzados, situado em Nelas, deu mais um passo no caminho da sustentabilidade, com dezenas de crianças de uma escola primária do concelho a pintarem as casas para morcegos que vão ser espalhadas ao longo da Quinta da Teixuga. A ideia passa por criar caixas de abrigo para os morcegos, mantendo-os no seu habitat, junto das culturas, ajudando assim a combater as pragas de forma natural e sustentada, explica em comunicado.
Segundo a mesma fonte, sendo a dieta do morcego maioritariamente constituída por traças, pretende-se com este projeto reduzir os estragos causados na vinha. “Paralelamente, esperamos reduzir a necessidade do uso de pesticidas, pois teremos frutos mais sãos e recuperaremos a vida biológica dos solos e da fauna existente”, augura Lígia Santos, diretora de Sustentabilidade da Caminhos Cruzados.
O compromisso do produtor com a sustentabilidade está patente num “ambicioso” programa agroecológico que teve início com a plantação de 105 árvores espalhadas pela quinta, formando um bosque com 10 espécies diferentes da região, com bagas e frutos de muitas cores, que fornecem alimento à avifauna ao longo de praticamente todo o ano. Um bosque para pássaros, que muda a paisagem da Quinta da Teixuga, e que também contou com o envolvimento da comunidade escolar, tendo em vista sensibilizar as crianças desde tenra idade para a importância da regeneração, preservação e valorização das matas.
A empresa traçou um plano para a gestão agroecológica da Quinta da Teixuga, com intervenção na vinha, nos espaços florestais e naturais que a enquadram no sentido de progressivamente reduzir ao mínimo, ou mesmo eliminar, o uso de herbicidas e fitofármacos, criando vinhos verdadeiramente ecológicos. “Começámos 2022 a usar ovelhas certificadas para a produção de Queijo da Serra, para controlar infestantes e promover uma cobertura regenerativa dos solos da vinha, o que trará como resultado uma terra mais fértil e rica em biodiversidade e carbono”, revela Lígia Santos.
A monitorização da informação com recurso a tecnologia, a aposta em modos de produção mais protetores dos recursos (água, solo e biodiversidade) e uma nova visão sobre o embalamento são algumas das prioridades da Caminhos Cruzados.