Oito em cada dez empresas portuguesas definem políticas de mobilidade sustentável

O Barómetro Automóvel e de Mobilidade 2025, realizado pela Arval Portugal, revela que a mobilidade
nas empresas portuguesas está a evoluir rapidamente, para além da tradicional viatura de serviço. De
acordo com este estudo anual, promovido pelo Arval Mobility Observatory, oito em cada dez empresas
nacionais definem políticas de mobilidade sustentável e 79% já implementaram ou planeiam implementar, nos próximos três anos, pelo menos uma política de mobilidade alternativa.
Este dado evidencia uma mudança estrutural na forma como as empresas portuguesas pensam
a mobilidade dos seus colaboradores, alinhando-se com as tendências europeias de sustentabilidade, eficiência e responsabilidade social.
1. Renting e transição energética em crescimento
A aposta na mobilidade sustentável é acompanhada por uma evolução nas formas de financiamento
das frotas. Em 2025, 34% das empresas indicam o renting como modelo preferido para a próxima
renovação de frota, reforçando uma tendência de crescimento face a anos anteriores. Além disso, 45%
das empresas já utilizam viaturas usadas, uma prática acima da média europeia. No que diz respeito à mobilidade elétrica, 86% das empresas têm estratégias definidas para o carregamento de viaturas
elétricas, com 47% a apostar na instalação de postos nas suas próprias instalações.
Portugal destaca-se, ainda, na intenção de instalar carregadores elétricos em casa dos colaboradores,
com 51% das empresas a considerar ou já prestar apoio nesse sentido.
Contudo, apenas 7% das empresas têm objetivos de descarbonização já definidos, apesar de 32%
estarem em fase de avaliação, um dado que revela margem para avanço nas metas ambientais.
2. Mobilidade sustentável e políticas alternativas em expansão
As políticas mais adotadas incluem o reembolso de despesas com transportes públicos, implementado
por 24% das empresas, a atribuição de um budget de mobilidade, também adotado por 24%, o
reembolso de despesas com viatura própria, aplicado por 20% e o aluguer de curta ou média duração,
utilizado por 15% das organizações.
Além disso, o estudo mostra que o car sharing (partilha de viatura por mais do que um colaborador) já
é utilizado por 17% das empresas, com previsão de crescimento para 30% nos próximos três anos.
Também se verificam tendências emergentes como o bike leasing (8%), o bike sharing (6%), o ride
sharing/TVDE (7%) e o aluguer de scooters ou motos (5%).
3. Responsabilidade social e atratividade marcam motivação das empresas
Entre as principais razões apontadas para a adoção destas políticas de mobilidade alternativa,
destacam-se as relacionadas com a responsabilidade social, assinaladas por 43% das empresas, a
melhoria da imagem e atratividade da empresa junto dos colaboradores (41%) e o apoio ao
recrutamento e retenção de talento (40%).
4. Segurança e eficiência na escolha de viaturas
As empresas portuguesas valorizam, na escolha de viaturas 100% elétricas, a eficiência energética
(mencionada por 37%), o conforto em viagens longas (30%), a conectividade e infotenimento (24%), a
autonomia elétrica (20%) e a velocidade de carregamento (13%).
Já na vertente da segurança, os sistemas mais valorizados são o ABS (36%), os avisos de colisão (27%),
o cruise control adaptativo (23%) e os avisos de fadiga e de saída de faixa (23% e 16%, respetivamente).
“Estamos perante uma transformação real no automóvel e na mobilidade nas empresas. As empresas
portuguesas estão a integrar alternativas mais sustentáveis como parte essencial da sua política de
mobilidade, complementando dessa forma o domínio do uso do automóvel que vive uma revolução rumo à eletrificação, com maior complexidade de gestão para as empresas. Neste contexto, o
barómetro de 2025 é também um ótimo benchmark para conhecermos que estratégias estão as
empresas portuguesas a seguir para a transição energética das suas frotas”, refere Gonçalo Cruz, Head
of Arval Mobility Observatory.