Cientistas descobrem nova espécie de dinossauro que viveu na Península Ibérica há 122 milhões de anos
Uma investigação luso-espanhola liderada pelo paleontólogo português Pedro Mocho, do Instituto Dom Luiz, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), descobriu uma nova espécie de dinossauro saurópode que terá vivido na Península Ibérica há 122 milhões de anos.
A espécie, batizada com o nome científico Garumbatitan morellensis, foi identificada a partir de fósseis encontrados durante uma escavação feita na cidade de Morella, em Espanha, um local de depósitos sedimentares que ‘escondem’ uma grande riqueza de vestígios da vida do Cretácico Inferior na Europa.
Em comunicado, a FCUL avança que “nos últimos anos, foram encontrados numerosos fósseis de vertebrados mesozoicos nas proximidades desta localidade, alguns dos quais com enorme relevância, incluindo uma importante coleção de dinossáurios ornitópodes, entre os quais se destaca Morelladon beltrani, e dinossáurios saurópodes”.
Foi na jazida de Sant Antoni de la Vespa, em Morella, que a equipa de investigadores portugueses e espanhóis escavou vestígios fossilizados pertencentes a três indivíduos desta nova espécie de dinossauro. Segundo Pedro Mocho, citado em nota, “um dos indivíduos encontrados destaca-se pelo seu grande tamanho, com vértebras de mais de um metro de largura, e um fémur que poderia alcançar dois metros de longitude”.
O cientista diz ainda que “nesta jazida foram encontrados dois pés quase completos e articulados, que são particularmente raros no registo geológico”.
A identificação da nova espécie foi revelada num artigo publicado recentemente na revista ‘Zoological Journal of the Linnean Society’, no qual explicam que o G. morellensis “é um dos membros mais primitivos de um grupo de saurópodes denominados Somphospondyli, que corresponde a um dos grupos mais diversos e abundantes durante o Cretácico e que se extingue no final do Mesozoico”.
A nova espécie de saurópode, tal como outros membros desse grupo, caracteriza-se por um pescoço e cauda compridos, por uma alimentação herbívora e por se deslocar nas quatro patas.