Cinco argumentos que entusiasmam o lóbi anti-bicicletas



Se o leitor defende que as bicicletas e as ciclovias estão entre as maiores ameaças da sociedade actual, então certamente apreciará a crónica que Mike Strobel escreveu recentemente para o Toronto Sun e que já circula amplamente na internet.

Ele posiciona-se na boa tradição anti bicicleta – a chamada “bikelash”, feita de combatentes a desfavor da crescente popularidade do ciclismo na América. Mas algo de errado se passa com o artigo de Strobel, desprovido de bons argumentos. Talvez o melhor seja mesmo que as ruas foram projectadas para a circulação de carros e não de bicicletas.

A verdade é que as ciclovias tornaram-se populares, não incomodam os comerciantes locais, dão maior segurança aos peões, não impedem o fluxo do tráfego automóvel e mais bicicletas não significam mais acidentes.

O jornalista Oliver Burkeman leu o artigo e não conseguiu ficar calado. Para quem, como Strobel, concorda que o ciclismo é um fenómeno que todas as pessoas decentes devem condenar, a implicação é clara: o lóbi anti-bicicletas precisa urgentemente de alguns novos argumentos. Esta é a opinião de Burkeman. Seguem-se portanto os argumentos que este enumerou, em jeito de ironia – e nunca se esqueça disto! – para o The Guardian.

1.Em alguns contextos, as bicicletas são muito mais perigosas do que os carros

Considere uma pesada bicicleta que cai de uma altura de seis metros num parque onde imensas crianças pequenas brincam, inconscientes da tragédia que se assola sobre elas. Agora compare isso com um carro estacionado numa rua tranquila. Apenas os mais tendenciosos podem negar o óbvio: a bicicleta, neste caso, é muito mais perigosa que o automóvel.

2.Se apoia o controlo de armas, então deve apoiar o controlo de bicicletas

Há quem conteste o argumento “as armas não matam pessoas, as pessoas matam pessoas”, uma vez que o amplo acesso a armas faz com que seja mais provável usá-las para fins nefastos. Bem, então é só seguir a lógica: as bicicletas também podem ser usadas para propósitos nocivos, considerando o primeiro cenário ou a sua popularidade entre os traficantes de drogas. É óbvio que a bicicleta deve estar sujeita ao mesmo tipo de legislação proposta actualmente nos EUA para as armas semi-automáticas.

3.Qualquer verdadeiro progressista deve apoiar carros em vez de bicicletas

A primeira bicicleta data de 1817. O primeiro carro data de 1886. Afinal, o leitor é ou não é progressista?

4.A popularidade da bicicleta leva à criação de histórias como esta nos jornais

Escrevem-se artigos à volta desta temática, até acerca da forma como algumas das mulheres que andam de bicicleta também usam roupas fashion. Este é realmente um argumento muito bom.

5.Os ciclistas são más pessoas

Vamos dar algum crédito a Strobel neste ponto – ele aponta Lance Armstrong como caso capaz de provar que todos os ciclistas são mentirosos. Também parece provável que, no futuro próximo, a pesquisa neurocientífica vá confirmar que quem faz ciclismo tende a cometer assassinatos em série.





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