Como chega o mercúrio às zonas mais profundas dos oceanos?



A libertação de mercúrio, através da queima de combustíveis fósseis, é uma das grandes ameaças dos ecossistemas marinhos e da cadeia alimentar. Segundo a Agência Europeia do Ambiente, a concentração de mercúrio nos oceanos está acima de 200% dos níveis naturais.

Um novo estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos da América, revela que as carcaças dos peixes que viveram na parte superior do oceano são as principais responsáveis por levar o mercúrio para o fundo.

A equipa analisou a presença deste metal na Fossa das Marianas e na Fossa Kermadec, no Oceano Pacífico, e conseguiu perceber que grande parte do mercúrio que chegava a essas zonas profundas, vinha de peixes que se alimentavam em águas da superfície.

Joel D. Blum, autor do estudo, afirma “Esperávamos que o mercúrio fosse quase exclusivamente de origem geológica – isto é, de fontes vulcânicas do fundo do mar”, no entanto, “a descoberta mais surpreendente foi que encontrámos mercúrio em organismos de fossas profundas que mostram evidências da sua origem na zona da superfície do oceano, iluminada pelo sol.” “Embora parte do mercúrio nessas fossas profundas tenha uma origem natural, é provável que a maior parte venha da atividade humana”, conclui.

A investigação demonstra que a poluição consegue chegar aos lugares mais profundos do oceano e que, consequentemente, acaba por influenciar toda a teia alimentar. “Sim, nós comemos peixes capturados em águas mais rasas, não em fossas profundas(…) No entanto, precisamos de entender o ciclo do mercúrio em todo o oceano para sermos capazes de criar modelos de mudanças futuras do oceano na superfície”, explica Joel Blum.

 

Fonte: ScienceDaily





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