Como escolher o nome ideal para o seu cão (com SUGESTÕES)



Escolher o nome do novo animal de estimação nem sempre é tarefa fácil. Uma família norte-americana comprova-o, partilhando a sua experiência – que não foi simples, nem rápida. A mãe, que se auto-intitula como a “rainha da pesquisa”, encontrou uma série de dicas sobre as melhores formas de dar nome ao novo elemento da família. A experiência é retratada no The New York Times.

Após anos de deliberação, a família decidiu adoptar um bichon havanês. Mas na hora de escolher o nome do cão, uma pequena investigação online revelou a imensa informação disponível acerca do tema. Isto viria a tornar o processo de escolha do nome do cachorro ainda mais confuso.

A mãe, Jan Hoffman, começou por deparar-se na internet com um site agregador de milhares de nomes de cães classificados em categorias como “fixe”, “querido” e “fora do comum”, tal como uma série de motivos indicados por especialistas acerca da forma como se deve apelidar os animais. Havia até regras fonéticas implícitas.

Um dos principais conselhos encontrados foi o de dar um nome com apenas uma ou duas sílabas, pois rapidamente captam a atenção do cão.

Outro conselho disponível: para ajudar o animal a distinguir o seu nome do barulho ambiente, escolha uma palavra com uma consoante sibilante ou uma mistura (um “s”, “sh” ou “zh”) ou, melhor ainda, uma consoante de comando (um “k” ou “c”).

Laura Waddell, treinadora de cães em Nova Jersey, optou pela segunda opção – ela trabalha com um lobo criado em cativeiro, ao qual chamou Tacoma. Paralelamente, deu o nome de Loki ao seu cão. “Eles conseguem distinguir faixas de frequência que nós não podemos, especialmente os cães com orelhas levantadas, que funcionam quase como microfones parabólicos”, disse ela. “A consoante rígida é um som relativamente acentuado ao qual o cão pode responder rapidamente. Acho que os sons sibilantes são mais confusos para eles.”

Alguns especialistas também aconselham a escolha de um nome que termine com uma vogal longa ou então a curta “a”.

Martin Deeley, um treinador e director-executivo da Associação Internacional de Profissionais de Caninos, na Flórida, diz preferir nomes que terminam em “i”, como Beni ou Dóli. “Acho que dá à alcunha um toque de amor”, diz ele. “Sweet torna-se Sweetie.”

Ele recomenda também que se tenha a certeza de que o nome escolhido não se confunde com uma expressão de comando. Nomes que facilmente se confundem com “senta” ou “não” devem ser postos de lado.

Outra dica: tente evitar os nomes mais populares, pois podem gerar confusão quando decidir levar o animal a passear ou a algum sítio onde haja outros cães. Mas também não escolha o nome que está moda e logo se torna cansativo ou algo excessivamente espirituoso. Garanta que escolhe um nome duradouro, com o qual dono e cão poderão viver por longos anos.

Posto isto, tenha cuidado com a vontade de os seus filhos darem ao cão o nome do desenho animado preferido que passa aos sábados de manhã.

E, finalmente, a advertência que pode originar a maioria dos desacordos: evite dar nomes de pessoas aos animais de estimação.

Segundo alguns entendidos, os donos que dão aos seus cães nomes humanos tornam-se mais propensos a cair na armadilha de antropomorfizar os animais. E, na experiência angariada, essa fórmula convida a graves problemas.

Já outros sugerem que usar nomes humanos não tem qualquer problema – é o caso de Alexandra Horowitz, que lecciona comportamento animal e psicologia no Barnard College. “Trata-se mais da maneira como encontramos uma forma de dar ao cão uma identidade, para desenhar o lugar que ele terá nas nossas vidas.”

Deeley também concorda que a questão do nome é sobrevalorizada no treino animal. “O que significa um nome para o cão? ‘Olha para mim’, ‘Segue-me’, ‘Adoro-te’, ‘Estás em apuros’ ou ‘Estou sozinho e tive saudades tuas’? Os cães lêem a linguagem corporal e o cheiro. Gira tudo em torno da voz do dono e da sua energia, não na forma como o chamam. É possível estabelecer contacto com um animal surdo.”

Mary Cody, fundadora da Aunt Mary’s Doghouse, um programa de resgate e adopção voluntário em Hope, New Jersey, chamou ao seu pastor australiano Dumia – palavra hebraica para “silencioso” – e o cão segue-a para todo o lado.

Perante o excesso de informação, a família decidiu então focar-se no próprio cachorro. O bichon havanês é originalmente natural de Havana e é muitas vezes descrito como um cão grande num corpo pequeno. É verdade – este não chegava aos 2 Kg e era muito brincalhão, curioso e infatigável. “Que rapaz tão engraçado”, pensou a família – e foi assim que o nome chegou, por fim, até eles.

O nome escolhido é uma palavra espanhola, que significa “rapaz”, com um som nítido a terminar numa vocal longa: Chico.

Às vezes a solução está bem mais perto do que poderíamos julgar. E, com tudo isto, deparamo-nos com um debate latente: a que necessidades devem servir o nome do animal de estimação, às nossas ou às do cão?





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