Como Paredes quer ser a primeira cidade sustentável portuguesa
A Cisco Systems e a Living PlanIT são as grandes responsáveis pelo projecto PlanIT Valley, que quer transformar Paredes na primeira cidade portuguesa sustentável, inteligente e interligada.
O projecto arrancou há alguns anos mas, oficialmente, só na semana passada foi dado o tiro de partida. “A partir daqui, uma ou duas vezes por mês iremos anunciar novos parceiros”, revelou o co-fundador do PlanIT Valley, Steve Lewis.
E o que terá esta cidade de tão especial? Será uma cidade tecnológica auto-sustentável, onde poderão vir a ser criados 20 mil empregos qualificados.
De acordo com Thierry Martens, vice-presidente da Cisco – citado pelo Expresso – o objectivo dos parceiros é exportar o modelo de cidade sustentável que irá ter Paredes como uma espécie de “cobaia”.
O responsável explicou ainda que a multinacional prevê desenvolver milhões de sensores para esta cidade inteligente, um projecto que será único no mundo. “O que teremos é a próxima geração da internet, que é a internet das coisas e teremos tudo interconectado”, revelou.
Na cidade portuguesa haverá informação em rede e toda a comunidade estará ligada em tempo real. “Poderemos ter um médico por telepresença e isso também é melhorar a qualidade de vida das pessoas”, explicou.
O projecto, que foi recentemente elogiado pelo professor Robert Eccles, arrancará fisicamente ainda este ano e deverá ser considerado caso de estudo em Harvard. “É o melhor modelo de negócio para uma cidade inteligente desenvolvido até hoje e com a maior probabilidade de sucesso”, disse Eccles (que, diga-se de passagem, é director não-executivo da Living PlanIT, sociedade gestora do PlanIT Valley).
E porquê Portugal? “É um país que reúne uma combinação de factores interessantes: Localização geográfica perfeita para quem trabalha com parceiros na Europa, América do Norte e Ásia, tem um ensino de qualidade, engenheiros bons e mais baratos que os norte-americanos e pessoas colaborantes”.
No futuro, o objectivo do PlanIT Valley é acomodar 12 mil empresas e oferecer 20 mil empregos. Por outro lado, até 2015 deverão ser investidos 10 mil milhões de euros, sendo que o modelo de negócio poderá representar até 5% do PIB.
Siemens, Microsoft e IBM, entre outras, são as empresas que estarão – segundo o Expresso – na calha para entrarem como parceiras do projecto.
Estará Paredes a caminho do século XXII – e o centro do Silicon Valley português?