Concentração de CO2 na atmosfera bateu recorde em Março
A concentração média mundial mensal do dióxido de carbono (CO2) ultrapassou pela primeira vez o patamar das 400 partes por milhão (ppm) no último mês de Março, voltando a bater mais um recorde, anunciou recentemente a agência norte-americana para os Oceanos e Atmosfera (NOAA, sigla em inglês), que sublinha que este é mais um sinal evidente do aquecimento global.
A concentração de CO2 na atmosfera é medida em termos de ppm, isto é, a quantidade de moléculas de CO2 que existe por milhão de moléculas de ar seco, depois de o vapor de água ser removido.
“Eu, e muitos outros cientistas, estamos a ficar preocupados. Vemos que os esforços que estão a ser feitos não são suficientes. Não vemos vontade política ou liderança para tratar desta questão”, afirma James Butler, director da divisão de monitorização global da NOAA, cita o Guardian.
A concentração de CO2 na atmosfera verificada em Março é a mais elevada desde que os cientistas da NOAA começaram a monitorizar a concentração em 1957. As estações de medição da agência haviam já sinalizado a ultrapassagem das 400 ppm no Árctico, na primavera de 2012, e no Havai, em 2013. Porém, nunca havia sido registado o patamar das 400 ppm no conjunto médio mundial.
De acordo com James Butler, “seria necessário eliminar cerca de 80% das emissões de CO2 provenientes da combustão de combustíveis fósseis para realmente travar o aumento de CO2 na atmosfera”. O investigador alerta ainda que “as concentrações de CO2 não vão começar a diminuir antes de reduções mais drásticas do CO2 e, mesmo depois, a diminuição das concentrações vai ser lenta”.
Os dados da NOAA revelam com efeito que a taxa média de aumento das concentrações de CO2 na atmosfera tem sido de 2,25 ppm por ano de 2012 a 2014, ou seja, o nível mais elevado alguma vez registado em três anos consecutivos.
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