Consumo interno de materiais extraídos do ambiente recua 10,5% em 2022
O consumo interno de materiais extraídos do ambiente registou uma diminuição homóloga de 10,5% em 2022, para 162,7 milhões de toneladas e caiu 5,7% em relação à última década (2012-2022), indicou o Instituto Nacional de Estatística.
“O Consumo Interno de Materiais [MDC na sigla inglesa] mede a quantidade total de materiais consumidos diretamente numa economia, pelas empresas e pelas famílias”, esclarece o INE em comunicado, realçando que em 2022 [o MDC] foi de 162,7 milhões de toneladas, menos 10,5% que em 2021 e menos 5,7% que na última década (2012-2022).
Na última década, consequência de uma redução de 5,7% do consumo interno de materiais e de um aumento de 17,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em volume, a produtividade na utilização de materiais aumentou 24,6%, indicando uma utilização mais eficiente dos materiais extraídos do ambiente, assinala o INE.
O INE dá ainda nota de que a distribuição do DMC por categoria de material, por seu turno, revela a importância relativa de vários materiais e o seu potencial para reutilização, recuperação ou reciclagem.
Além disso, indica que os minerais não metálicos foram os materiais mais relevantes, representando 60,7% do consumo interno de materiais (DMC) em 2022, o que compara com 66,4% em 2021 e 61,6% na média do período analisado.
A biomassa, por sua vez, com um contributo de 23,1%, foi o segundo material mais relevante sendo que o peso de todos os outros materiais foi inferior a dois dígitos, segundo o INE.
Comparativamente a 2012, os consumos de biomassa e de minérios metálicos cresceram 25,2% e 2,6%, respetivamente.
Em sentido contrário, os consumos dos materiais energéticos fósseis e minerais não metálicos registaram reduções de, respetivamente, 24,5% e 13,4%.
O INE realça também que enquanto os consumos de biomassa e de minério metálico apresentarem, no período em análise, níveis quase sempre superiores a 2012, os consumos de materiais energéticos fósseis e de materiais não metálicos estiveram quase sempre abaixo dos respetivos consumos apurados em 2012. Em 2022, a balança comercial física cresceu 6%, devido ao crescimento das importações (+3,1%) ter superado o aumento das exportações (+1,6%).
Refere também que os materiais energéticos fósseis foram o principal material importado (24,4 milhões de toneladas que corresponde a 38,1%, do total) e a biomassa foi o material mais exportado (12 milhões de toneladas que corresponde a 28,8% do total).
Entre 2012 e 2022, as importações de materiais aumentaram 21,7%, enquanto as exportações cresceram 22,2%, conclui o INE.