COP28: Países produtores de petróleo não podem ser excluídos de organizar a cimeira – ministro
O ministro do Ambiente e Ação Climática afirmou hoje que os países produtores de combustíveis fósseis não podem ser excluídos de organizar a cimeira do clima, a propósito da escolha do Azerbaijão para o próximo ano.
“Temos que alterar o contexto da economia baseada no consumo fóssil e, para isso, temos que trazer os países que estão dependentes da produção de combustíveis fósseis para um novo paradigma”, afirmou Duarte Cordeiro, em reação à confirmação do nome do país a organizar a conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas de 2024.
A escolha recaiu sobre o Azerbaijão, anunciou hoje oficialmente a presidência da COP28, que decorre no Dubai, e será o terceiro ano consecutivo que a cimeira decorre num país produtor de combustíveis fósseis, depois do Egito, em 2022, e dos Emirados Árabes Unidos este ano.
“Não os incluir seria ignorar o problema e afastarmo-nos das soluções”, disse o ministro português, em declarações aos jornalistas.
Duarte Cordeio comentou ainda a questão da violação dos direitos humanos no Azerbaijão, afirmando que a escolha para receber a COP29 não impede Portugal de continuar a defender as posições que sempre defendeu.
O ministro da Ecologia e dos Recursos Naturais do Azerbaijão, Mukhtar Babayev, já tinha anunciado no sábado que “existe consenso” para que o Azerbaijão acolha a COP29, depois de a rival Arménia ter retirado a candidatura.
Com esta escolha, a cimeira da ONU sobre o clima será realizada pelo terceiro ano consecutivo num país que produz petróleo ou gás. O petróleo e o gás, em conjunto com o carvão, são das principais causas do aquecimento global.
As cimeiras do clima destinam-se a lutar contra o aquecimento global, e impedir que as temperaturas subam além de 2°C, ou de preferência não ultrapassem os 1,5°C em relação à época pré-industrial.