Crocodilos e búfalos desalojam famílias no centro de Moçambique
O governo distrital de Marromeu, no centro de Moçambique, vai transferir dos locais de residência 1.500 famílias ameaçadas por ataques de búfalos e crocodilos, disse hoje à Lusa a líder da administração local.
As autoridades locais registaram a morte de três pessoas por causa de ataques daqueles animais selvagens no primeiro trimestre deste ano, disse Henriqueta de Rosário, a administradora do distrito.
Os búfalos da Reserva Especial de Marromeu, no delta do rio Zambeze, estão a invadir as zonas residenciais, forçando a população a refugiar-se nas ilhas banhadas por aquele curso de água.
No entanto, ao procurarem refúgio, enfrentam a ameaça de ataques de crocodilos.
Os animais ameaçam também os terrenos agrícolas e “o conflito entre homem e fauna bravia é uma realidade crescente” em Malingapanse, disse Henriqueta de Rosário, vincando que a área se tornou numa zona “de aflição: se não é pelos búfalos é pelos crocodilos”.
“Muita gente está sob ameaça”, acrescentou Henriqueta de Rosário, assegurando que pelo menos 400 pessoas já se inscreveram numa iniciativa de reassentamento voluntário para sair da área de risco.
Sem avançar o número das famílias desalojadas pelos animais, a governante acredita que quando for feito o reassentamento será possível “diminuir um pouco este conflito”. A administradora admite que a população foi ocupar o habitat dos animais.
Ao reassentar a população, disse, o governo vai reforçar o apoio social com cestas básicas para assegurar alimentos para os deslocados, visto que as inundações do início do ano destruíram muitos campos e estão a provocar falta de alimentos.
Por outro lado, os fiscais da Reserva Especial de Marromeu treinaram várias pessoas das comunidades para o uso de foguetes, por forma a afugentar os animais, reduzindo consideravelmente os ataques.