Declínio de polinizadores pode representar prejuízos de €233 mil milhões
As tarefas de polinização prestadas pelos insectos valem mais de €233 mil milhões (R$ 611 mil milhões) na economia global. Estes animais e a sua consequente actividade estão, contudo, em declínio, o que ameaça o fornecimento de alimentos humanos e as funções dos ecossistemas.
Esta é a alarmante advertência presente num novo relatório publicado na revista científica Frontiers in Ecology and the Environment, levado a cabo por 40 cientistas de 27 instituições.
O relatório defende que o declínio da população de espécies de abelhas e outros polinizadores é um problema global, resultado de um “conjunto de pressões que interagem”, tais como o uso de pesticidas, a falta de fontes de alimento, as mudanças nos habitats, doenças e a intensificação do uso da terra – factores que têm impacto na saúde destes seres vivos, na sua abundância e diversidade.
“Não há uma arma única por detrás do declínio dos polinizadores, antes pelo contrário, há um cocktail de múltiplas pressões que se podem combinar para ameaçar estes insectos”, disse Adam Vanbergen, do Centre for Ecology & Hydrology no Reino Unido e coordenador do Insect Pollinators Initiative.
A perda de recursos alimentares, os pesticidas e as doenças já são a nível individual ameaças significativas, mas quando se combinam – como está a acontecer – agravam em muito os impactos sobre as populações de insectos.
Os autores do relatório reclamam por medidas urgentes que aliviem a pressão sobre o habitat dos polinizadores e que ampliem a avaliação dos riscos dos pesticidas, avança o Business Green. O problema de declínio destas populações exige uma acção, nem que seja pelo forte argumento económico que envolve esta causa.
“Os custos de agir agora, de modo a enfrentar as múltiplas ameaças aos polinizadores, é muito menor que os custos a longo prazo para a nossa segurança alimentar e estabilidade dos ecossistemas”, afirmou o co-autor Simon Pott, da University of Reading.
Os insectos polinizadores são quem garante que as colheitas são devidamente polinizadas e que alimentos seguros e nutritivos chegam às nossas casas. Não agir agora, só nos trará problemas ainda mais graves no futuro.