Despoluição nos rios Diz e Noéme sem “melhorias significativas”



A Comissão Coordenadora Distrital da Guarda do Bloco de Esquerda (BE) lembrou que “apesar das promessas de despoluição e recuperação” os cursos de água dos rios Diz e Noéme, no concelho da Guarda, “não sofreram melhorias significativas”.

A propósito do Dia Mundial da Água, que ontem se assinalou, a estrutura distrital do BE adiantou que para “obter informação acerca da responsabilidade e ações tomadas nos últimos anos” em relação aos dois cursos de água, questionou o município da Guarda, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR.

“Interpelámos as referidas entidades acerca da identificação das fontes poluidoras, soluções encontradas e respetivos valores, razão pela qual as soluções propostas não avançaram, [sobre a situação] das ações executadas até ao momento por parte das diversas instituições e penalizações aplicadas ao município da Guarda”, adiantou o BE em comunicado enviado à agência Lusa.

O rio Diz é um afluente do rio Noéme e este corre para o rio Côa e atravessa várias localidades dos concelhos de Guarda, Sabugal e Almeida, no distrito da Guarda.

“A extensão é grande e ambos os rios mencionados se apresentam como um perigo ambiental, animal e para a saúde pública”, lê-se.

O partido salientou que o rio Diz, na zona da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de São Miguel e do Parque Urbano do Rio Diz, na Guarda, “encontra-se desvalorizado” e “com poluição visível em praticamente toda a sua extensão”.

“O mesmo rio, junto à ponte da [povoação de] Gata, apresenta uma coloração escura e uma camada acinzentada e bastante espessa na sua superfície, resultado do acumular de resíduos despejados e não tratados nas últimas décadas. Junto à ponte do [lugar de] Monte Barro, antes da confluência do rio Diz com o rio Noéme, a água encontra-se completamente castanha, apresentando também uma infinidade de resíduos na sua superfície”, descreveu.

Segundo o partido, “esta não é uma situação nova”, já foi identificada em diversas ocasiões e “tem sido continuamente esquecida pelos sucessivos executivos” autárquicos.

“O progressivo abandono das atividades primárias – dependentes de um bom estado de conservação da água – e de lazer é uma das muitas consequências, contribuindo desta forma para o despovoamento das zonas adjacentes, sem esquecer o desaproveitamento da passagem de um rio no maior parque da cidade”, alertou.

O BE também lembrou que as suas denúncias relativamente à situação “são constantes”, tal como as ações tomadas por grupos civis, mas “o desrespeito por um dos recursos naturais mais importantes e úteis do concelho [da Guarda] é permanente e a ausência de ações efetivas por parte do poder local torna-o ainda mais grave”.





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