Mais de 30 espécies marinhas descobertas no Pacífico Central
Durante uma expedição no Oceano Pacífico, uma equipa de cientistas descobriu 39 espécies de profundidade que acreditam ser desconhecidas pela ciência. A investigação decorreu nas planícies abissais da Zona Clarion-Clipperton, no Pacífico Central, entre o Havai e o México, que têm 5.500 metros de profundidade.
Com recurso a um veículo operado remotamente (ROV), foram encontrados no total 55 espécimes de 48 espécies distintas, das quais 9 são já conhecidas pela comunidade científica e 39 ainda não – embora ainda seja preciso uma melhor avaliação. Entre estrelas do mar (Asteroidea) e pepinos do mar (Psychronaetes), todas elas foram localizadas a diferentes profundidades, a maioria a mais de 4800 metros (33 espécies), e as restantes entre 3095-3562 metros (13 espécies) e a 4125 metros de profundidade (2 espécies). Os espécimes foram trazidos à superfície para serem estudados.
“Esta investigação é importante não só pelo número de espécies descobertas potencialmente novas, mas também porque esses espécimes de megafauna foram estudados anteriormente apenas a partir de imagens do fundo do mar”, refere a investigadora Guadalupe Bribiesca-Contreras, do Museu de História Natural de Londres. “Sem os espécimes e os dados de ADN que eles possuem, não podemos identificar adequadamente os animais e entender quantas espécies diferentes existem.”
A DeepCCZ está a ser desenvolvida pela Fundação Gordon & Betty Moore e Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), para estudar a biodiversidade marinha e as suas funções no ecossistema, em zonas de grande interesse de mineração em mar profundo. Esta área é rica em nódulos polimetálicos, que contêm ferro, níquel, cobre, manganês, entre outros, importantes para as indústrias. A ideia é documentar a vida do oceano profundo antes que esta possa vir a ser devastada pela mineração.
Adrian, um dos autores do estudo, que coordena o Grupo de Investigação em Mar Profundo do Museu de História Natural de Londres, sublinha que “É tão importante amostrar as regiões protegidas da APEI [Áreas de Particular Importância Ambiental] quanto as regiões contratadas comercialmente. Sem dados comparativos sobre o valor das regiões que estamos a proteger, não podemos avaliar adequadamente os impactos da mineração“.
Pode consultar o artigo na íntegra na revista científica Zookeys.