Dezenas de rinocerontes transportados da África do Sul para o Ruanda em esforço de renaturalização

Setenta rinocerontes-brancos-do-sul (Cerathoterium simum simum) foram transportados, no início deste mês de junho, da África do Sul para o Parque Nacional de Akagera, no Ruanda, num esforço de renaturalização para aumentar a população da subespécie no continente e impedir que se torne uma espécie ameaçada de extinção.
A translocação foi feita por terra, em camiões, e também pelo ar, num Boeing 747, numa viagem de mais de 3.400 quilómetros entre a origem e o destino (quase dois dias), e aconteceu em duas fases, cada uma delas contemplando o transporte de 35 rinocerontes, com um intervalo de três dias entre uma e outra.
70 southern white rhino completed a 3,400 km journey from South Africa to Rwanda’s Akagera National Park. The translocation was complex and was completed in two phases, each comprising 35 rhino, spaced three days apart. pic.twitter.com/dv3fLFpl03
— Akagera National Park (@AkageraPark) June 10, 2025
De acordo com as informações divulgadas pelas autoridades ruandesas, a ação tem como objetivo “reforçar a população de rinocerontes-brancos de Akagera para que possa contribuir de forma mais significativa para os esforços regionais de conservação e reforçar o crescente papel do Ruanda nos esforços globais de conservação de rinocerontes”.
Parte do programa de renaturalização ‘Rhino Rewild Initiative’, da organização sul-africana African Parks, a translocação de rinocerontes-brancos para Akagera é já a segunda, tendo o primeiro grupo, de 30 animais, sido transferido em 2021. Até à chegada dos novos 70 indivíduos, o Parque Nacional de Akagera contava com uma população de 41 rinocerontes-brancos.
📹 70 southern white rhinos have found a new home in @AkageraPark! 🦏
In partnership with @AfricanParks, Rwanda is restoring the park’s ecosystem and protecting rhino populations for future generations. 🌿#VisitRwanda🇷🇼 pic.twitter.com/cWbGp45vu1
— Visit Rwanda (@visitrwanda_now) June 10, 2025
“Esta translocação é a maior do seu género” alguma vez feita, aponta o Conselho de Desenvolvimento do Ruanda, uma das entidades responsáveis pela operação, e, reconhecendo que as translocações são “altamente complexas” e exigem “meses de planeamento meticuloso e análises de risco rigorosas” por especialistas antes de serem implementadas, garante que os animais, agora na sua nova casa, estão a ser acompanhados de perto por uma equipa veterinária para monitorizar a sua saúde e comportamento, “para assegurar a devida adaptação ao seu novo ambiente e gestão de qualquer stress associado à mudança”.
Os rinocerontes-brancos-do-sul são uma das duas subespécies de rinocerontes-brancos (a outra sendo os rinocerontes-brancos-do-norte, Ceratotherium simum cottoni). Ao contrário da subespécie do norte, que está classificada como “Criticamente em Perigo” na Lista Vermelha da Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza, a subespécie do sul está “Quase Ameaçada”, mas com uma tendência populacional em declínio os conservacionistas têm envidado esforços para impedir o agravamento do seu estatuto de ameaça.