Dia Europeu do Mar: Um apelo às energias renováveis para proteger os nossos oceanos



Por João Amaral, Chief Technology Officer e Country Manager de Portugal

Este Dia Europeu do Mar, que se assinala a 20 de maio, é o mote perfeito para refletirmos sobre o papel absolutamente inegável que os oceanos têm no equilíbrio climático, na biodiversidade e na vida humana. Contudo, esta é também uma efeméride que apela a olharmos para os riscos que o atual modelo energético tem sobre a vida marinha e pensarmos nas soluções que temos à nossa frente, tais como a aposta nas energias renováveis.

Os mares e oceanos, além de fontes de beleza natural são o habitat de milhares seres vivos, além de serem os maiores reguladores térmicos do planeta, absorvendo cerca de 90% do excesso de calor gerado pelas emissões de gases com efeito de estufa. Mas este exercício tem um custo e que está à vista de todos nós: o aumento da temperatura e da acidificação das águas está a pôr em risco habitats, a provocar fenómenos meteorológicos extremos e a comprometer a segurança alimentar global, e consequentemente a forma como vivemos.

Neste sentido, as energias renováveis afiguram-se como verdadeiras aliadas. A transição energética representa uma oportunidade irrecusável para fazer face ao aumento das emissões e aliviar a pressão sobre os ecossistemas marinhos. A energia solar, a eólica em terra e no mar, a hídrica e, cada vez mais, a utilização das energias das ondas e das marés, são alternativas sustentáveis que aliam desenvolvimento económico com responsabilidade ambiental.

É também na interseção entre a inovação e a sustentabilidade que se produz uma autêntica economia azul. Investir em energias renováveis offshore, em tecnologia para monitorização ambiental e em soluções energéticas integradas com os territórios costeiros pode criar muitos postos de trabalho qualificado, promover a coesão territorial e valorizar o nosso mar como ativo estratégico — não apenas ambiental, mas também económico.

Em Portugal, onde temos uma forte ligação ao mar, tanto pelas atividades económicas como pelas atividades de lazer, e com enorme potencial renovável, este cenário apresenta-se-nos como uma responsabilidade acrescida. Temos sol, vento, mar e conhecimento técnico, pelo que também temos a responsabilidade de liderar pelo exemplo, investindo em soluções que defendam os nossos recursos naturais para as gerações futuras.

Assim, é fundamental que entidades públicas e privadas trabalhem em estreita colaboração para garantir a rápida aceleração desta transição energética. Queremos que a produção de energia seja limpa, mas também justa, descentralizada, resiliente e com benefícios claros para o ecossistema. Sabemos que proteger o mar passa, invariavelmente, por mudar a forma como produzimos e consumimos energia.

Neste Dia Europeu do Mar, deixo o repto para que cada decisão energética — individual, empresarial ou política — tenha em consideração o impacto que pode ter sobre os nossos mares e oceanos. Porque proteger o mar é, acima de tudo, proteger a vida.

 

 






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