Discussão sobre “negócios dos incêndios” está ao rubro
Os números são avassaladores. Até 21 de Agosto, os dados oficiais apontavam para 107.128 hectares de floresta consumida pelas chamas, quase o dobro do registado no ano passado.
Ainda com fogos a consumir área florestal em Soure, no distrito de Coimbra e no concelho de Vila Verde, no Minho, é impossível quantificar em definitivo os valores desta tragédia, mas sabe-se já que 2016 ficará registado como um ano negro na história dos incêndios florestais em Portugal.
A persistência dos fogos florestais que se verifica este ano no país está a conduzir a discussão pública por vários fóruns. Aos media têm chegado opiniões de diversos sectores, dos ambientalistas, aos técnicos florestais, passando por bombeiros e políticos, mas o negócio dos incêndios é um dos pontos sensíveis que está por estes dias a levantar mais controvérsia.
Partidos e membros do governo dividem-se. Enquanto o ministro da Defesa considera que a Força Aérea tem de voltar em força ao combate aos incêndios, a ministra da Administração Interna invoca falta de meios para a FA assumir essa responsabilidade. O Bloco de Esquerda também já se pronunciou publicamente a favor do “fim do negócio dos incêndios”, sugerindo que seja dada à FA um papel mais destacado no combate aos fogos florestais.
Foto: Gonçalo Villaverde / Creative Commons