É preciso uma terceira revolução industrial
Está para nascer uma terceira revolução industrial, que será caracterizada pelas baixas emissões de dióxido de carbono, o que será crucial para o futuro do planeta.
Esta ideia foi ontem defendida por vários responsáveis por empresas do sector da energia durante o fórum Global Clean Energy, que se realiza entre ontem e hoje em Lisboa.
Numa altura em que os preços do petróleo são considerados uma “ilusão”, esta nova revolução industrial está dependente, porém, dos investimentos em tecnologia e incentivos dos vários Estados mundiais para o desenvolvimento das energias alternativas aos combustíveis fósseis.
Até porque, projecta a Agência Internacional de Energia, a procura energética irá aumentar 30%. “Os hidrocarbonetos continuarão a ser a fonte predominante, o que é preocupante, mas as renováveis terão um desenvolvimento mais rápido”, explicou ontem a CEO da BP Alternative Energy, Katrina Landis.
No mesmo painel falou António Mexia, presidente da EDP (na foto com José Sócrates, primeiro-ministro português), que defendeu uma política de responsabilidade, estabilidade e visibilidade no sector das energias renováveis.
A importância dos Estados para o desenvolvimento das renováveis foi colocada em cima da mesa por Tulsi Tanti, presidente e director-geral da empresa indiana de aerogeradores Suzlon, que explica que o quadro legislativo daquele país e o Estado “desempenham um papel muito importante ao nível dos investimentos”.
Citado pelo Diário Económico, Tanti foi mais longe e considerou mesmo que só “investindo cada vez mais se diminuirá o custo tecnológico e, com isso, o custo das energias”. E mais: as empresas deveriam mesmo passar a contabilizar o custo dos danos ambientais do uso de combustíveis fósseis.
Mas, aqui, outra questão se coloca. Segundo Testuro Nagata, CEO da Eurus Energy, é preciso continuar a investir nestas energias, até porque os subsídios irão, mais cedo ou mais tarde, reduzir-se, e então há que “convencer o público das vantagens em investir em renováveis e incentivar os produtores a diminuir os seus custos”.