É verdade que vamos deixar de comer salmão?
“Se é apreciador de salmão, despeça-se da iguaria. É um peixe rico em ómega 3 e faz bem à saúde, mas prejudica o ambiente. Pelo menos se for capturado nas águas da Noruega, enviado para a China para ser processado e só depois regressar à Europa, onde é vendido num supermercado como peixe fresco”.
Assim começa um artigo da Gingko sobre Jeff Rubin, economista canadiano que publicou “Por que é que o seu Mundo vai ficar muito mais Pequeno: o Petróleo e o fim da Civilização”
De acordo com o economista, no futuro vamos deixar de comer laranjas do Chile ou ananás fresco todo o ano. E vamos deixar de andar de avião ou fazer do carro o nosso transporte por excelência.
“A economia global não será sustentável num mundo com o preço do barril de petróleo a três dígitos. Se o petróleo custasse 112 euros o barril não estaria a comer salmão, porque ele não chegaria a nós a não ser se vivêssemos na Noruega ou no Canadá”, explica o economista numa entrevista à Gingko.
Rubin diz que, como os países não são auto-suficientes, precisam em grande escala de terceiros para se abastecerem. E dá o exemplo dos Estados Unidos, que em 2009 importou 4500 mil milhões de euros de comida da China.
Mas isto “não vai acontecer no mundo dos barris de petróleo a 112 euros. Não importa se o trabalho agrícola é mais barato. Será muito mais dispendioso mover os bens e refrigerá-los durante a viagem”, avançou.
Por isso é que a economia do futuro será mais local e os países mais autónomos.
Esta nova ordem mundial vai, por um lado, tornar o mundo mais ecológico. O desperdício será menor e vamos passar a reaproveitar peças de vestuário ou electrodomésticos.
Profissões hoje quase extintas, como os sapateiros, vão voltar em grande, e a agricultura será estimulada a nível nacional. “As mesmas forças económicas que tiraram as fábricas e as levaram para a China, e terminaram com as quintas e fizeram aí centros comerciais – com o petróleo a 15 euros o barril -, trarão de volta as fábricas e reconverterão os centros comerciais nas quintas que eram há 30 anos”, explica.
O que mais irá acontecer? Leia aqui o texto da Gingko na íntegra.