Em 2050, algumas cidades podem ter climas nunca antes vistos no planeta
Cidades com temperaturas mais baixas e localizadas no hemisfério norte irão aproximar-se do clima de cidades 1000 quilómetros mais perto do Equador. Numa altura em que as alterações climáticas têm sido tema de debate e motivo de manifestações por todo o mundo, um novo estudo do “The Crowther Lab” vem revelar que cerca de 80% das cidades de todo o mundo vão experimentar transformações climáticas drásticas.
Comparando com as temperaturas das cidades atuais, o estudo demonstra, através de um mapa, as condições climáticas que 520 cidades irão enfrentar em 2050. Londres, por exemplo, terá temperaturas semelhantes a Barcelona, admitindo-se que a temperatura máxima do mês mais quente aumente 5,9⁰C.
Os termómetros em Moscovo atingirão temperaturas semelhantes às atuais em Sófia, e em Estocolmo experienciar-se-á o clima de Viena. “Estas são condições ambientais que ainda não foram experienciadas em nenhuma parte do planeta até ao momento”, revelou o fundador do “The Crowther Lab”, Tom Crowther, ao jornal britânico The Guardian. “Isto significa que haverá novos desafios políticos e infraestruturais que nunca foram enfrentados”, continuou.
Ao demonstrar o cenário do mundo num futuro próximo, o estudo do laboratório suíço tem como objetivo alertar os cidadãos e acelerar a tomada de decisões. “Não estamos definitivamente preparados para isto. O planeamento para as mudanças climáticas tem de começar ontem. Quanto mais cedo começar, menor será o impacto”, adverte Crowther.
As Nações Unidas alertaram para a necessidade de os governos mundiais serem mais ambiciosos quanto ao combate das alterações climáticas até 2030. O objetivo é travar as consequências do aquecimento global e diminuir as desigualdades no mundo.