Empresas devem incorporar desenvolvimento sustentável no seu plano de negócios



O Capital Natural é o valor da natureza para as pessoas, a sociedade, as empresas e a economia. É o stock de recursos físicos e biológicos e a capacidade dos ecossistemas fornecerem um conjunto de serviços que contribuem para o bem-estar humano e para o desenvolvimento sustentável, afirmou Rabab Fayad, directora da Rede Global do WBCSD  (World Business Council for Sustainable Development).

A representante da organização esteve em Portugal para falar da importância dos recursos naturais, no âmbito da conferência “Portugal, Capital Natural – agricultura, mar e florestas” que decorreu na segunda-feira passada, em Lisboa.

Para explicar melhor o que é o capital natural e a sua importância para os negócios, Fayad, partilhou a mensagem do Pitch for Nature, iniciativa lançada pelo WBCSD que mostra como as organizações devem olhar para a sua cadeia de abastecimento e de comercialização, de forma a terem uma verdadeira noção do seu impacto na natureza.

Segundo a responsável, as empresas que têm capital natural nos seus negócios vão estar melhor equipadas para gerir os riscos, como também serão melhores a capitalizar o mercado, oportunidades de produtos e serviços e reduzir os custos para melhores decisões de investimento.

Durante a sua intervenção, Fayad referiu que a crescente degradação dos ecossistemas e dos serviços fornecidos pelos ecossistemas constitui um sério risco para o capital natural, ameaçando o bem-estar de todos, incluindo a viabilidade das empresas, em especial daquelas cuja actividade é baseada nos recursos naturais.

Por isso, adiantou, o WBCSD procura promover o desenvolvimento de projectos de valorização do capital natural e melhorar a investigação nas actividades económicas.

Em 2013, O WBCSD definiu a  Visão 2050 , com o objectivo de traçar directrizes para o caminho que as empresas devem percorrer até 2050, rumo ao desenvolvimento sustentável. Para que os resultados da Visão 2050 sejam alcançados, o WBCSD desenvolveu a Acção 2020 que vai reunir, em cada país, os esforços das empresas nas dimensões económica, ambiental e social.

São propostas 35 soluções que podem abarcar áreas tão diversas como alterações climáticas, mobilidade ou empregabilidade, e incluem medidas como recuperação de recifes de coral e reflorestação – os recifes e florestas funcionam como sumidouros de carbono -, recuperação de 12 milhões de hectares de solo arável por ano ou aumento da protecção das zonas costeiras em 10%.

O BCSD Portugal adaptou a Visão 2050 à realidade portuguesa, através da Acção 2020. O seu foco é na definição das acções intermédias que garantem a tangibilidade dos objectivos para 2020 e nos seis caminhos com maior relevância para o desenvolvimento sustentável de Portugal: desenvolvimento social, economia, capital natural, energia, cidades e infraestruturas, indústria e materiais.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...