Encontro Nacional de Limpeza Urbana distingue e debate boas práticas no Estoril



 A ALU – Associação Limpeza Urbana, Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis promove, a partir de terça-feira, no autódromo do Estoril, Cascais, o 5.º Encontro Nacional de Limpeza Urbana, que divulgará os vencedores da primeira edição dos prémios Cidade+.

Segundo o presidente da ALU, Luís Almeida Capão, em declarações à Lusa, o quinto encontro representa “um retorno a Cascais”, após duas primeiras edições organizadas pelo município do distrito de Lisboa, e dos encontros em Braga e Loulé, este ano com “cerca de 850 inscritos e 30 expositores” no autódromo do Estoril, com “a componente técnica e científica da conferência”, que ocorre sempre, e também a exposição de equipamentos e empresas do setor.

Em comunicado, a organização explicou que, até quinta-feira, será lançado “o repto para se passar da intenção ao compromisso, demonstrando soluções inteligentes, criativas e inovadoras para mudanças duradouras e não apenas temporárias”.

Especialistas nacionais e estrangeiros vão analisar e debater, sob o mote “Limpeza urbana ao serviço das pessoas e dos territórios”, as tendências e as boas práticas do setor, mas também examinar vários temas que marcam o programa desta edição: “O estado da arte do setor da limpeza urbana em Portugal e no mundo”, “Territórios mais vibrantes: A limpeza urbana como parte da solução” e “Limpeza urbana inteligente e com impacto neutro no clima”.

Os participantes abordarão ainda “Um serviço à prova de futuro e tendências de inovação”, “Limpeza urbana ‘bottom-up’: feita para e pelas pessoas”, “Rumo ao desperdício zero” e “Quem faz parte da limpeza urbana: do CEO ao cantoneiro”.

A primeira edição dos prémios Cidade+, entregues na terça-feira, visa reconhecer e distinguir “os melhores projetos nacionais nas áreas da limpeza urbana, que vão desde as tecnologias mais inovadoras às políticas de recursos humanos mais completas, concretizados entre 2021 e setembro de 2023”, explicou a organização.

“Os prémios são abertos basicamente a toda a sociedade”, explicou o presidente da associação, avançando que se apresentaram, entre 70 candidaturas, 30 organizações diferentes, desde dois clubes de futebol, um grupo informal de Facebook e várias organizações não-governamentais (ONG) a câmaras, juntas de freguesia, empresas públicas e privadas.

“Portanto, nada mau para um primeiro ano, e de facto conseguimos atingir aquilo que era a nossa expectativa, que era ter a maior abrangência possível de entidades a concorrer a estes prémios”, acrescentou Luís Almeida Capão.

Às principais categorias Inovação & Conhecimento, Participação Pública & Cidadania, Estratégia Municipal para a Sustentabilidade, e Equipas Felizes juntam-se prémios especiais de Personalidade do ano, Equipamento/tecnologia do ano e Campanha do ano.

“Acredito que será um ganho para o país, e sobretudo uma forma de motivar, realçar e de dar palco a tudo o que se faz não só na limpeza das cidades, mas também o que está à volta, desde as pessoas que estão envolvidas, às campanhas de comunicação”, acrescentou o dirigente.

No primeiro dia decorrerá a mesa-redonda “Desafios e oportunidades no contexto nacional”, com Cristina Carrola, da Agência Portuguesa do Ambiente, Luís Newton, vice-presidente da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), Rui Morais, da direção da ALU, e Hervé Guillaume, coordenador-geral da AVPU – Association des Villes pour la Propreté Urbaine.

A participação do responsável da organização congénere francesa é destacada por Luís Almeida Capão, pela experiência de 18 anos no setor, mas o responsável apontou também as intervenções de Sacha Haselmayer e da ativista ucraniana de uma ONG dedicada à mobilização de voluntários para ações de limpeza.

O especialista em empreendedorismo social, inovação urbana e desenvolvimento económico Haselmayer falará na quarta-feira sobre “Inovar com impacto para uma mudança duradoura na administração pública”, a partir do seu livro “The Slow Lane: Why Quick Fixes Fail and How to Achieve Real Change”, que propõe uma mudança de ritmo e de processo de planeamento para que as inovações na gestão urbana e resolução dos problemas das cidades.

Ainda na quarta-feira, no tema “Cidades limpas, territórios vibrantes”, serão conhecidas as experiências relatadas por responsáveis ligados a projetos de Madrid, de Viena e da Clean Europe Network.

Há também duas mesas-redondas: “Pressão turística, grandes eventos e multiculturalismo: novas realidades para os municípios e o que muda na limpeza urbana” e “Experiências com descarbonização e soluções inteligentes”.

Na quinta-feira destaca-se Iuliia Markhel, da Let’s Do It Ukraine, ativista ambiental e social da ONG dedicada à mobilização de voluntários para ações de limpeza que falará sobre “limpeza urbana em tempo de guerra”.

A mesa-redonda “Vandalismo, segurança e falta de civismo: como resolver?” contará com representantes das câmaras do Barreiro, Oeiras e Vila Franca de Xira e da Junta de Freguesia de Santo António (Lisboa).

Em debate estarão ainda experiências sobre a utilização do ‘blockchain’ (cadeias de blocos de registo descentralizado de transações), de ‘drones’ ou da inteligência artificial como soluções inovadoras para a limpeza das cidades.

Segundo Luís Almeida Capão, trata-se do “maior encontro de sempre” do setor da limpeza urbana, que “custa por ano 39 euros por habitante”, emprega mais de 12 mil trabalhadores e tem um valor acrescentado bruto de cerca de 600 milhões de euros anuais”.





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