EPAL ruma à neutralidade energética com programa 0% Energia



A empresa tem em curso o programa 0% Energia cujo objetivo é atingir, até 2025, a neutralidade energética produzindo toda a eletricidade que consome.

A relação da água fornecida pela EPAL com a energia faz parte de um legado que remonta às origens da empresa, dado que a produção, transporte e distribuição de água consomem sempre energia. Desde os primeiros sistemas de abastecimento à cidade de Lisboa – o aqueduto das Águas Livres, hoje um ex-libris da cidade, e o aqueduto Alviela, inaugurado em 1880, que a gestão de energia disponivel foi fundamental para transportar a água.

Naquela altura a gestão da energia disponível, a energia gravítica, deu origem a duas obras de engenharia notáveis pela precisão na construção dos canais. Hoje toda a atividade relacionada com a produção e transporte de água é consumidora intensiva de energia (149 GWh/ano) razão porque a empresa tem em curso o programa EPAL 0% Energia cujo objetivo é atingir, até 2025, a neutralidade energética produzindo toda a eletricidade que consome potenciando assim a sustentabilidade das suas operações.

O principal sistema da EPAL tem origem na albufeira de Castelo do Bode onde é captada a água que é transportada para a Estação de Tratamento de Água (ETA) da Asseiceira para um processo de tratamento rigoroso. Após o que inicia o seu caminho para abastecer os mais de 3,5 milhões de pessoas. No âmbito deste programa a ETA da Asseiceira irá produzir toda a energia que consome tornando-se a primeira do mundo 100% autossustentável em energia.

O desenvolvimento do programa 0% Energia tem previsto um investimento na ordem dos 70 milhões de euros e compreende um conjunto de ações para a redução do consumo (13%), para o nível de serviço atual e de valorização da capacidade de reserva instalada em operações de storage, alinhando a disponibilidade de energia renovável com as necessidades de autoconsumo na elevação de água. Tudo isto a par de uma forte aposta no aumento da produção de energia renovável (70 MW), com recurso a energia hídrica, eólica e fotovoltaica e da construção de infraestruturas de transporte de energia, microredes, interligando infraestruturas de produção/consumo de energia e digitalização.

Está já a decorrer a construção da mini hidroelétrica de Asseiceira, com uma potência de 1.5 MW e em fase de adjudicação as primeiras centrais fotovoltaicas no recinto Parque das Nações, incluindo um parque de estacionamento com coberturas fotovoltaicas e carregadores elétricos para a frota elétrica da EPAL num total de 650 kW. A Estação Elevatória de Telheiras está em fase de adjudicação uma central fotovoltaica de 500 kW, preconizando-se a médio prazo a ampliação de 1 MW.

A próxima etapa, durante o 1º semestre de 2021, é o lançamento a concurso dos seguintes investimentos:

Central mini hidroelétrica de Várzea das Chaminés 1.6 MW
Central fotovoltaica da ETA de Vale da Pedra 650 kW
Central fotovoltaica da Captação de Valada Tejo 850 kW
Central fotovoltaica da Captação da Estação Elevatória de Amadora 1.5 MW
Central fotovoltaica da Estação Elevatória de Vila Franca de Xira 2 MW Central fotovoltaica da ETA de Asseiceira 1 MW
Central mini hidroelétrica da ETA de Asseiceira 150 kW

Para além destes investimentos estão em preparação concursos para as duas novas subestações GIS Carbon free da ETA de Asseiceira (5 MVA) e da Estação Elevatória de Vila Franca de Xira (10 MVA), assegurando a interligação das unidades de produção de energia renovável a estes dois grandes consumidores de energia e a atualização da automação destas microgrids.

Está ainda em fase de concurso o Centro de Controlo de Energia e Emissões que representa um investimento de cerca de 3 milhões de euros permitindo reforçar a monitorização do desempenho energético das instalações consumidoras de energia, num inovador projeto de digitalização das operações e dos ativos consumidores de energia, mas igualmente das centrais de produção, possibilitando a avaliação em tempo real das respetivas performances e potenciar a utilização dos reservatórios de água como storage de energia.

Podemos dizer que o inovador programa 0% Energia que a EPAL está a desenvolver rumo à descarbonização energética se reveste de um importante conjunto de vantagens e benefícios de que são exemplo:
Redução da exposição da empresa a oscilações do preço da energia no mercado internacional;
Reforço da sustentabilidade da empresa e das tarifas;
Redução de emissão de gases com efeito de estufa;
Projeto modelo a nível mundial;
Aproveitamento e desenvolvimento de competências e talentos internos, com mais-valia para a empresa e para os seus trabalhadores;
Aumento de notoriedade nacional e internacional da EPAL e do setor da água português.

Com especial enfoque na descarbonização das cadeias de abastecimento, aumento de resiliência na resposta a eventos extremos (greve, pandemias, tempestades e outros) e redução de riscos de segurança, a EPAL tem em preparação para concurso o projeto Asseiceira ClorH2O, no qual se fará a eletrólise salina para produção de cloro on site.

Deste modo, ao invés de armazenar cloro gás cujo consumo anual é de 300 toneladas, a EPAL passará a produzir o cloro a partir de sal, água e energia renovável. O objetivo estratégico de neutralidade energética é uma oportunidade para otimizar e reforçar a eficiência energética, integrando as várias competências e áreas da empresa – operação, manutenção, sistemas de informação, gestão de energia, sustentabilidade.

O desafio de desenvolvimento de novas competências técnicas e de gestão, em energias renováveis, levou a EPAL através da sua academia a lançar o Programa Avançado Energias Renováveis no Setor da Água com o objetivo de preparar técnicos, quadros e trabalhadores para lidar com a transição energética e a descarbonização do setor da água.

O inovador programa 0% Energia permitirá ainda a coprodução de hidrogénio, cuja valorização se prevê tendencialmente na cadeia de valor da atividade da EPAL e na conversão de toda a energia renovável produzida em produtos de valor acrescentado, sem necessidade de injeção de excedente na rede elétrica, balanceando a disponibilidade de energia renovável e o consumo da mesma.

Hoje e no futuro a sustentabilidade da gestão energética, economia circular, aumento da resiliência, adaptação às alterações climáticas e a inovação assumem cada vez maior relevância no “core” da atividade da empresa com vantagens inegáveis a nível ambiental, económico e social, que passam também pelo reconhecimento do setor português por outros países o que poderá vir a ser um fator competitivo no sector da água e de exportação do conhecimento e tecnologia.

A EPAL enquanto agente da cidade de Lisboa tem vindo a desenvolver numerosas ações dedicadas à cidade e aos cidadãos sendo uma das empresas aderentes e parceira da Lisboa Capital Verde, galardão que premeia o facto de Lisboa ter evoluído em todas as doze áreas-chave avaliadas pelo júri, entre as quais se contam a energia, água, mobilidade, resíduos, qualidade do ar ou ruído.

Neste âmbito assumem o Compromisso Lisboa Capital Verde Europeia 2020 – Ação Climática Lisboa 2030 com uma agenda ambiciosa para a próxima década, sob o mote ESCOLHE EVOLUIR: 2030 medidas para 2030





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