Estará o futuro da energia eólica em Portugal nas mãos deste estudante?
Que Portugal é um país com óptimos cientistas e investigadores já todos sabemos, mas de vez em quando surge alguém que nos desperta ainda mais a curiosidade, devido à juventude e imenso potencial. Pedro Morais de Castro, vencedor do Prémio REN de 2016, é um desses casos.
Pedro Morais de Castro viu o seu trabalho de longos meses ser distinguido pelos mais conceituados nomes da energia em Portugal. Através do seu projecto de tese de mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores na Faculdade de Engenharia do Porto, achou uma forma de “viabilizar a participação das eólicas em mercados de energia onde ainda não participam.”
Fora das horas de pico, acredita-se que no futuro os geradores eólicos serão os maiores fornecedores de energia dos sistemas. Sendo assim, é da máxima importância que os produtores desta energia renovável sejam encorajados a participar nos mercados de balanço, para que a estabilidade do sistema não seja posta em risco. Isto porque a energia do vento é grátis, mas o investimento no parque em si tem de ser pago de alguma forma.
Ao orientar a sua investigação académica para este tema, Pedro “quis pensar numa forma de renumerar os produtores no imediato, para que no futuro possam participar no mercado de energia, onde hoje em dia não participam”. Na actualidade os produtores desta fonte de energia renovável recebem uma tarifa fixa, mas acredita-se que a situação se vai alterar. O que importa é conseguir rentabilizar ao máximo o investimento inicial ao longo de todo o processo para que no futuro os parques eólicos se consigam manter com uma alternativa viável.
Neste aspecto particular o trabalho de Pedro vem provar que estes parques têm viabilidade física para controlarem a potência activa que fornecem ao sistema. E isto pode ter um enorme impacto, já que se apresenta uma alternativa credível para resolver o problema da licitação em mercados de balanço.
Mas Pedro não ficou apenas pela parte teórica da questão. Depois de um árduo trabalho apresentou um modelo de apoio à decisão dos produtores, baseado em previsões probabilísticas. Assim, este projecto vencedor do Prémio REN 2016 apresenta soluções para a geração de energia eólica, dos preços do mercado de balanço e do sentido da regulação, e ainda para a participação de produção eólica na reserva de balanço.
Numa altura em que o consumo energético em Portugal aumenta de mês para mês, encontrar soluções que permitam a produção de energia de forma mais sustentável é uma questão importante. Também neste aspecto a proposta de Pedro poderá constituir uma mais valia: “Havendo mais consumo energético, essa energia terá de vir de algum lado. Hoje em dia a tendência é diminuir a nossa dependência de fontes que emitem elevadas quantidades de carbono. Assim, integrar uma maior quantidade de eólicas seria óptimo para o nosso sistema eléctrico de energia”, explica o investigador.
Para o futuro, os planos deste jovem apaixonado por energia ainda estão em aberto. Neste momento faz investigação e desenvolvimento em projectos de energia na New R&D. Mas no horizonte está a possibilidade de frequentar um MBA nesta área que tanto o fascina, aproveitando o montante recebido com o Prémio REN 2016 para investir no seu futuro e educação.
Foto: REN