ETAR de Alcântara: a cobertura verde mais famosa de Lisboa já pode ser visitada (com VÍDEO)

Durante 20 anos, a ETAR de Alcântara esteve a céu aberto, acumulando maus odores e queixas de todos os que por lá passavam e que perto viviam. Construída nos anos 80, esta estação de tratamento de águas residuais sempre foi mal vista pelos lisboetas, mas em dois anos tudo mudou.
Em 2012, esta porta de entrada de Lisboa foi alvo de remodelação e inaugurou uma incrível cobertura verde – já multi galardoada – que pôs de parte o cimento. “Achámos interessante voltar a traduzir o relevo da encosta, pô-lo de uma maneira mais parecida com a original”, explicou ao Economia Verde o arquitecto do projecto, Frederico Valsassina.
Segundo o responsável, foram também introduzidos vários caminhos na estrutura, que servem para ligar à ETAR e à administração da Simtejo.
Na verdade, foi a legislação que impôs as alterações para a melhoria do tratamento de águas, mas o telhado verde teve como pano de fundo uma escolha ligada às preocupações estéticas e ambientais.
“Para ter o relevo original do vale de Alcântara, esta cobertura foi empenada várias vezes, para dar resposta aos órgãos de máquinas da ETAR mas também para criar um degradé de cores e volumes”, continuou o arquitecto Valsassina.
As espécies que compõem os canteiros e socalcos foram seleccionadas de acordo com as necessidades de manutenção – espécies que se dessem com este tipo de coberturas e que pressupusessem um mínimo de tratamento. As plantas são regadas pela água tratada pela ETAR.
Segundo António Frazão, director da ETAR de Alcântara, a cobertura ainda passa por um período de testes, mas ficará brevemente disponível para ser visitada – são três hectares verdes.
A ETAR de Alcântara serve mais de 750 mil habitantes dos municípios de Lisboa, Amadora e Oeiras e recebeu um investimento de €70 milhões – €7 destes para a cobertura verde.