Expedição científica para perspetivar futuro das Ilhas Selvagens já começou



Mais de 40 investigadores, gestores e técnicos, nacionais e internacionais integram uma expedição científica às Ilhas Selvagens, na Madeira, que começou ontem e se prolonga até 02 de maio, para perspetivar o futuro desta reserva.

Esta é uma jornada científica enquadrada nas celebrações dos 50 anos da declaração da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, que com o alargamento, em 2021, se tornou na maior área marinha potalmente Protegida do Atlântico Norte, referiu um responsável do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza da Madeira, Paulo Oliveira.

A iniciativa é promovida pelo Governo Regional da Madeira e foi organizada pelo Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).

A expedição ‘Selvagem 50’ tem como objetivo “fazer um parar, um pensar, um olhar para o passado e tentar avaliar, neste momento, qual o ponto de situação daquelas ilhas”, explicou Paulo Oliveira.

O responsável considerou que este “não é um partir do zero, mas de tudo o que já foi feito ali, desde os projetos, investimentos, o trabalho dos investigadores, a massa critica criada e tentar agregar todo esse conhecimento para perspetivar o que será o futuro daquela reserva”.

Também conseguir “melhores instrumentos de gestão” daquele território, “como um plano de monitorização a longo prazo”, complementou.

Destacou que esta é “uma primeira e mais forte componente da expedição” que deverá ser prolongada ao longo deste ano, visando ainda “projetar as Ilhas Selvagens através dos investigadores, para angariar mais trabalhos científicos”.

Paulo Oliveira mencionou que o grupo tem uma “grande componente regional”, integra muitas instituições diferentes, desde entidades governamentais e não governamentais (ONG), privadas, centros de investigação e universidades.

O trabalho desenvolvido naquelas ilhas “visa a preservar a biodiversidade e valor natural das Selvagens que as tornam um dos mais intactos ecossistemas do Atlântico”.

As Selvagens são um conjunto de ilhas portuguesas que faz parte do território do arquipélago da Região Autónoma da Madeira e situam-se a 165 quilómetros a norte das Canárias (Espanha), a 250 quilómetros a sul da cidade do Funchal, a 250 quilómetros a oeste da África e a mil quilómetros a sudoeste do Continente Europeu.

Aquele subarquipélago de origem vulcânica, são o território português mais a sul, sendo constituído por duas ilhas: a Selvagem Grande, Selvagem Pequena, Ilhéu de Fora e ilhéus adjacentes, cobre uma área de 9.455 hectares e é considerado um “santuário” de nidificação de aves marinhas em particular da cagarra, calcamar, alma-negra e roque-de-castro.

As Selvagens são as primeiras representantes do conjunto de áreas protegidas na Região Autónoma da Madeira e as primeiras a serem classificadas como Reserva a nível nacional, em 1971.

Em 03 de fevereiro de 2022 foi aprovado, na Assembleia Legislativa da Madeira o novo regime das Ilhas Selvagens, na Madeira, que proíbe a pesca, tornando a área até às 12 milhas com proteção integral.

O diploma foi aprovado com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP, que suporta o Governo Regional da Madeira, dos deputados do JPP e do PCP e a abstenção do PS, o maior partido da oposição no parlamento regional, que ocupa 19 dos 47 lugares.

Esta reserva, considerada um ‘ex libris’ da região, viu aumentada a sua área de 92 para 2.677 quilómetros quadrados.





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