Falta de resposta às alterações climáticas vai custar à Austrália dois biliões de euros



Um estudo económico hoje publicado destacou que a Austrália corre o risco de perder 2,05 biliões de euros nos próximos 50 anos se não enfrentar os efeitos das emissões poluentes.

Além dos prejuízos económicos, avaliados numa diminuição total de 6% do produto interno bruto (PIB) australiano, o país poderá perder cerca de 880 mil empregos em 2070, quando o aquecimento global médio chegar aos 3ºC, de acordo com os cálculos da consultora Deloitte Access Economics.

Contudo, se as autoridades australianas conseguirem alcançar as zero emissões em 2050, enquanto o aquecimento do planeta não chegar a 1,5ºC, poderão expandir a economia em 409 mil milhões de euros, 2,6% do PIB e criar 250 mil empregos.

No relatório “Uma nova opção: o clima como crescimento para a Austrália”, a consultora procurou calcular o futuro da economia australiana com base em diferentes modelos sobre as políticas para combater as alterações climáticas.

Atualmente, o Governo conservador do país, o maior exportador de carvão do mundo, mantém a aposta na indústria de extração do gás, na rota para a recuperação económica na sequência da pandemia da covid-19, responsável pela primeira recessão em 30 anos.

O estudo da Deloitte assinalou que “tanto o Governo, como o setor privado precisam de preencher o abismo deixado pela covid na economia”.

No entanto, “estes investimentos devem ser usados para acelerar a inevitável mudança da Austrália para uma estrutura económica de baixas emissões”.

De acordo com a consultora, o custo da transformação da economia australiana seria de 0,1% do PIB anual em 2050, o que equivale a 40,3 mil milhões de euros.

Este trabalho surgiu alguns dias depois de uma comissão governamental australiana ter alertado sobre o impacto da crise climática no país, no relatório final da análise aos devastadores incêndios ocorridos no passado verão austral.

“O clima extremo já é algo mais frequente e intenso devido às alterações climáticas, o aquecimento global nos próximos 20 a 30 anos é inevitável”, concluiu a comissão.





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