Ford reaproveita desperdícios de tomate da Heinz para fabricar bioplástico para automóveis
A Heinz utiliza a polpa de mais de dois milhões de toneladas de tomates por ano para produzir o seu ketchup, sopas e molhos. Mas o que acontece às sobras? Até agora, os restos de tomate da Heinz tinham como destino o lixo, mas este destino está prestes a mudar. A Ford acabou de anunciar que estabeleceu uma parceria como a Heinz para reaproveitar as sobras de tomate.
De acordo com o anunciado pela Ford, a fabricante automóvel vai reaproveitar principalmente pele de tomate, mas também sementes, folhas e caules para produzir um compósito de bioplástico ultraleve para utilizar nos veículos que constrói.
O projecto ainda está numa fase muito embrionária mas se for bem-sucedido pode reduzir o desperdício alimentar da Heinz e diminuir a pegada energética da Ford, reduzindo o peso dos veículos e aumentando a economia de combustível.
A construtora norte-americana tem estado a realizar testes com plásticos feitos com fibras naturais há alguns anos, experiência que faz parte da iniciativa para tornar uma das marcas de automóveis mais antiga do mundo mais sustentável. Nestes testes a Ford já utilizou dólares fora de circulação, jeans, cogumelos e palha de trigo para produzir partes verdes para os seus veículos.
Esta última iniciativa é mais desafiante que as anteriores porque ao mesmo tempo a Ford dá resposta a mais que um problema ambiental – redução do uso de plásticos produzidos a partir de combustíveis fósseis, redução do consumo de energia e redução dos desperdícios alimentares.
O bioproduto resultante da produção de ketchup, sopas e molhos da Heinz vai ser misturado com polipropileno e “cozinhado” a uma temperatura mais baixa que a normal para que as fibras naturais não sejam destruídas, explicou Ellen Lee, uma das cientistas a trabalhar com a Ford, ao Inhabitat. Este novo processo não só utiliza menos energia para a produção do bioplástico – que vai ser feito a partir de 20% de fibra de tomate -, como também diminui o uso de material de talco. Quando o veículo chegar ao fim da sua vida útil, estas partes de bioplástico também vão poder ser recicladas.
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Actualmente, o novo bioplástico feito a partir de restos de tomate ainda está a ser testado. Se os testes forem bem-sucedidos vai ser construído um protótipo para mais testes antes de o novo material ser incorporado em toda a linha da Ford.
Foto: Nina Matthews Photography / Creative Commons