Fóssil da Antártida revela que os patos existem desde os dinossauros
Um novo fóssil de uma ave que viveu há cerca de 68 milhões de anos na Antártida confirma a sua identidade como uma primeiras espécies de aves aquáticas. O crânio quase completo, descrito esta semana na revista Nature, pertence a uma ave chamada Vegavis, que até agora só tinha sido parcialmente caracterizada. Os resultados podem oferecer novos conhecimentos sobre a evolução das aves.
Os exemplares anteriores de Vegavis consistiam em esqueletos sem crânio ou elementos parciais do mesmo, como uma mandíbula incompleta, deixando muita incerteza quanto à classificação da ave na família das aves.
As provas limitadas sugeriam que se tratava de um parente das aves aquáticas modernas, mas a falta de um crânio completo significava que havia alguma incerteza quanto à identidade da ave e ao seu lugar na árvore evolutiva das aves.
Christopher Torres e colegas apresentam um crânio quase completo de Vegavis iaai, uma das mais antigas aves conhecidas do último Cretáceo (há cerca de 69,2-68,4 milhões de anos) da Antártida. Os investigadores criaram uma reconstrução tridimensional quase completa do novo crânio.
As análises revelam uma forma típica de cérebro de ave e apoiam fortemente a colocação do Vegavis na família das aves aquáticas e como parente próximo dos patos e gansos.
No entanto, a análise também mostra que o Vegavis tem um bico fino e pontiagudo, alimentado por músculos maxilares reforçados, uma caraterística que é menos parecida com outras aves aquáticas conhecidas e mais com aves mergulhadoras.
O trabalho ajuda a melhorar a nossa compreensão da evolução inicial das aves durante o Cretáceo, especialmente dada a escassez de registos de fósseis do Cretáceo de aves modernas.