Fundo Verde para o Clima investe 188 ME para desenvolver a Grande Muralha Verde



O Fundo Verde para o Clima aprovou o investimento de 188 milhões de euros para ajudar a desenvolver a Grande Muralha Verde no Sahel, um projeto de reflorestação regional, anunciaram hoje as Nações Unidas.

Segundo o comunicado da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) o projeto Aumentar a resiliência na Grande Muralha Verde de África (SURAGGWA, na sigla em inglês), com um investimento de 222 milhões de dólares (cerca de 188 milhões de euros) por parte da ONU, “apoiará os meios de subsistência das comunidades agropastoris e pastorais que vivem nas regiões semiáridas do Sahel, que são extremamente vulneráveis às alterações climáticas”.

Esta iniciativa quer ampliar as práticas bem-sucedidas de restauração de terras, utilizando uma diversidade de espécies nativas para aumentar a resiliência dos meios de subsistência e, ao mesmo tempo, deter o carbono, explicou a agência da ONU.

O projeto “desenvolverá cadeias de valor para produtos florestais não lenhosos resilientes às alterações climáticas e com baixas emissões, apoiando os meios de subsistência e a segurança alimentar das comunidades vulneráveis”, segundo a FAO.

Para as Nações Unidas, outro “aspeto fundamental do projeto será o reforço das instituições nacionais e regionais da Grande Muralha Verde”, a fim de garantir a sustentabilidade e a coordenação das intervenções e o acompanhamento dos resultados da restauração.

De acordo com a FAO, o Programa SURAGGWA irá promover as ambições da União Africana de transformar as paisagens do Sahel, restaurando 100 milhões de hectares de terras degradadas e criando dez milhões de empregos.

“Trabalhando com pequenos agricultores e comunidades pastorais, [a iniciativa] irá também reforçar a resiliência e contribuir para a mitigação das alterações climáticas através da captação de carbono em terras restauradas nos oito países participantes: Burkina Faso, Chade, Jibuti, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria e Senegal.

Cerca de 25 milhões de pessoas que vivem no Sahel dependem da pecuária para a sua subsistência, referiu.

“A pobreza, as tensões sociais e as alterações climáticas colocam uma pressão adicional sobre os pastores e agricultores, que já competem por recursos e terras limitados. As atividades agrícolas, pecuárias e florestais são a base das suas economias e mais de 70 % das comunidades rurais dependem diretamente da agricultura de sequeiro”, explicou.

Para a FAO, este fundo, que vai ajudar também ajudar a proteger as florestas na Papua-Nova Guiné e a promover a pesca sustentável em Santa Lúcia, foca-se em iniciativas de gestão florestal, na transformação das pescas e na restauração de terras.

A Grande Muralha Verde está a ser coordenada pela Agência Pan-africana da Grande Muralha Verde (GGW, na sigla em inglês), para a restauração e gestão sustentável da terra nas regiões do Sahel e do Saara, uma iniciativa aprovada pela União Africana em 2007.






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