Fura-bardos. A ave de rapina desconhecida que sobrevoa os céus da Madeira
O fura-bardos é um ilustre desconhecido para muitos – na verdade, até os cientistas pouco sabem acerca dele.
A presença desta ave de rapina é usual apenas em algumas zonas da ilha da Madeira e Canárias, em ambientes florestais, podendo também ser vista em campos agrícolas e áreas abertas, que utiliza para caçar as suas presas, já que é uma exímia caçadora.
Esta subespécie do gavião, caraterizada pelas suas diferenças morfológicas em relação à sua congénere continental, o gavião Accipiter nisus, apresenta uma plumagem mais escura no dorso e mais listrada no ventre. A fêmea, com um tom mais acastanhado, é maior que o macho, caracterizado por uma plumagem acinzentada complementada por uma coloração laranja no peito.
A sua alimentação baseia-se em aves pequenas, como canários e melros, aves de porte médio, entre elas o pombo-trocaz ou pombo-da-madeira. Segundo a SPEA, desconhece-se o número de exemplares existentes na ilha da Madeira, uma vez que nunca foi realizado um censo específico.
Fura-bardos
Nome científico: Accipiter nisus granti
Características: ave de rapina diurna, própria de ambientes florestais
Ocorrência: restrita à ilha da Madeira e a cinco ilhas do arquipélago das Canárias – Gran Canaria, Tenerife, La Palma, La Gomera e El Hierro
Onde pode ser observada: próximo de campos agrícolas, em áreas abertas ou áreas urbanas, que utiliza como áreas de caça
Habitat: ambientes florestais, preferencialmente em áreas de sub-bosque arbustivo (urzes, azevinhos ou faias) e em zonas de Laurissilva
Curiosidades
O fura-bardos Accipiter nisus granti, pertence à família dos Accipitridae, como o seu congénere continental, o gavião Accipiter nisus
A espécie tem cerca de 28 a 37cm de comprimento e 60 a 80cm de envergadura, asas curtas, largas e arredondadas, cauda comprida e patas amarelas
O macho é mais pequeno (137g) e tem o abdómen alaranjado, sendo que a fêmea é maior (234g) e o seu abdómen tem uma tez acastanhada
O período de reprodução ocorre entre os meses de fevereiro e julho, e os seus ninhos são construídos em árvores
Todos os anos constroem um ninho novo próximo do ano anterior, o que mostra uma grande fidelidade em relação ao território