Futura central de biometano vai alcançar 40% de gás verde no concelho de Leiria



A futura central de biometano vai contribuir para que 40% da rede de gás natural passe a ser abastecida por energia verde no concelho de Leiria, disse hoje o operador de distribuição.

A Genia Bioenergy, promotora da central de biometano na freguesia de Amor, em Leiria, e a Floene, operador de distribuição de gás em Portugal, assinaram hoje um contrato para ligação à rede da futura central de biometano

A futura unidade do biometano irá aproveitar, numa primeira fase, a matéria-prima dos efluentes suinícolas para a produção de gás verde, que será depois introduzido na rede e distribuído por consumidores industriais e domésticos.

“Encontrámos uma solução ambiental e economicamente sustentável para aquilo que designamos como tratamento de efluentes agropecuários. Passamos a trabalhá-los como uma matéria-prima de onde se obtém o biometano, que hoje é aqui o foco principal, mas também os adubos orgânicos que podemos disponibilizar para o mercado”, adiantou o vereador do Ambiente, Luís Lopes.

Segundo o autarca, este sistema permite também recuperar a água, que passa a ser reintroduzida no sistema a “custo mais baixo”, transformando tudo “numa verdadeira lógica de economia circular”.

Gabriel Sousa, CEO da Floene, explicou que, à semelhança do que sucede com a eletricidade verde, os consumidores passarão também a consumir gás verde, “sem que seja preciso alterar alguma coisa”.

“Não é preciso alterar o esquentador ou a instalação de gás, para consumir uma energia verde”, sublinhou.

O projeto da futura central de biometano está a aguardar licenciamento por parte das autoridades que supervisionam o setor, uma demora demasiado longa, segundo o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes.

O autarca apelou a que os serviços sejam mais céleres na resposta a estes projetos, que envolvem grandes investimentos.

Carlos Valente, diretor territorial em Portugal da Genia Bioenergy, revelou que a empresa “optou por ganhar tempo”, avançando com um projeto de pormenor, “correndo todos os riscos associados”.

Este projeto de pormenor é quase o projeto final, o que pode contribuir para saltar etapas, esperando que, assim, consiga ter uma resposta positiva até ao final do ano, notou.

O projeto iniciou-se com um investimento de 25 milhões de euros, cifrando-se agora em 30 milhões de euros.

No processo de descarbonização, o biometano produzido será injetado na rede e no processo de tratamento dos efluentes e vai também resultar na produção de um biofertilizante, que poderá ser utilizado pelos agricultores, substituindo os fertilizantes químicos.






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