Gaia pretende estender recolha de biorresíduos a todo o concelho



A Câmara de Vila Nova de Gaia vai lançar um concurso público com o valor base de 138 milhões de euros que permitirá alargar a recolha de biorresíduos a todo o concelho, refere a proposta que será discutida esta segunda-feira.

Atualmente, ao abrigo de um projeto-piloto iniciado em agosto, em Gaia, no distrito do Porto, são recolhidos os biorresíduos no Centro Histórico e zona do cais, bem como no início da orla marítima, no Cabedelo, e nas cantinas sociais da câmara municipal e da empresa Águas de Gaia.

Esta segunda-feira, o executivo camarário discutirá uma proposta que prevê o lançamento de um concurso público com o valor base de 138 milhões de euros para 10 anos de serviço, conforme a proposta à qual a Lusa teve acesso.

O preço base anual é de 13,8 milhões de euros.

À Lusa, o presidente da Águas de Gaia, Miguel Lemos, explicou que este valor foi calculado com base no PERSU – Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos de Vila Nova de Gaia e de um estudo encomendado pela autarquia.

O contrato entrará em vigor apôs a concessão do visto do Tribunal de Contas.

O horizonte temporal do projeto é 2025/2035.

“Simultaneamente, estamos a concorrer a todas as linhas de financiamento comunitário que têm vindo a abrir, nomeadamente os projetos da Área Metropolitano do Porto. Queremos contribuir para dar resposta às metas nacionais e europeias”, disse Miguel Lemos.

O responsável contou que têm vindo a ser feitos investimentos paralelos em compra de contentores, “para que tudo esteja a postos quando o concurso estiver pronto”.

A empresa também adquiriu duas viaturas elétricas para fazer a recolha e avançou com um sistema de informação através do ‘site’, atendimento telefónico e com uma viatura elétrica que visita as pessoas para tirar dúvidas.

“Apostamos muito na sensibilização da população e explicamos que tipo de resíduos pode ser depositado no contentor”, acrescentou.

A 31 de julho, aquando do lançamento do projeto-piloto, foi anunciado o objetivo de recolher mais de 1.000 toneladas de biorresíduos até ao final do ano e cerca de 43 mil toneladas até 2030.

A esse propósito, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, disse que “hoje a deposição de lixo em aterro está três vezes mais caro do que há uns anos”, um aumento que o autarca socialista considera que não deve ser o cidadão comum a pagar.

“Este é o caminho pelo ambiente (…). O que está aqui em causa é muito mais do que dois camiões. Está em causa o reforço da cidadania (…). E se calhar temos de aprofundar o debate e estar preparado para dizer que temos de abdicar de algumas coisas, alguns investimentos, e apostar nesta causa”, disse o autarca.

Na segunda-feira, a vereação também vai discutir o tarifário de água e saneamento para 2025.

A Águas de Gaia decidiu manter os mesmos preços e as tarifas sociais atualmente em vigor.

“Este é um serviço essencial e achamos que devemos manter o tarifário. Claro que tivemos comentários da ERSAR [Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos], recomendações, e necessitamos de garantir o equilíbrio orçamental da empresa, mas consideramos que nada obriga a aumentos”, disse Miguel Lemos.

Outro dos temas em discussão será um conjunto de apoios para instituições, associações, projetos e juntas de freguesia, num total de cerca de 1,9 milhões de euros.





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