Governo espanhol reduz em 31% orçamento do Ministério do Ambiente

“O meio ambiente desapareceu da política do Governo [espanhol]”. É esta a reacção das organizações ecologistas espanholas ao corte em 31% do orçamento para 2011 do Ministério do Meio Ambiente, Meio Rural e Marinho.

Segundo o El Mundo, a nova política de austeridade do executivo de José Luis Zapatero é a responsável pelo brutal corte no orçamento deste importante Ministério, que ficará, assim, “apenas” com 2.564 milhões de euros para gerir no próximo ano.

Segundo denunciam ainda as principais organizações ecologistas espanholas, há também que ter em conta que este ministério surgiu recentemente como resultado da fusão dos antigos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura.

Estamos a falar, por isso, de competências em assuntos tão diversos como a agricultura, pescas, gado, biodiversidade ou alterações climáticas

Mas não é tudo. Ainda de acordo com os ecologistas espanhóis, o ministério apenas edicará 10% do investimento total para 2011 às questões ambientais. E, destes, apenas 10% serão destinados à luta conta as alterações climáticas, ou seja, 1% do orçamento global.

As organizações, entre as quais se incluem os Amigos de la Tierra, Ecologistas en Acción, Greenpeace, SEO/BirdLife ou WWF, dizem também que não estão previstos investimentos, por exemplo, na conservação de espécies ameaçadas.

Outros cortes: 16,2% no investimento contra as alterações climáticas; 37,3% no programa de melhoria da qualidade da água; 48,9% nas acções da costa espanhola e 47,8% na conversação da biodiversidade.

Como irão a ministra desta importante pasta, Elena Espinosa (na foto), e sobretudo o primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero – que, recorde-se, disse no seu discurso de tomada de posse que a luta contra as alterações climáticas era uma das três prioridades para esta legislatura – descalçar esta bota?

Recorde também as declarações da presidente da Quercus, Susana Fonseca, ao Green Savers, sobre a actuação do ministério do Ambiente português.