Governo lança concurso de 100 milhões para flexibilidade de rede e armazenamento de energia
O Ministério do Ambiente e Energia, através do Fundo Ambiental, lançou, esta quarta-feira, um concurso com um investimento de €99,75 milhões para promover a flexibilidade e o armazenamento de energia na rede elétrica nacional, foi divulgado em comunicado.
Segundo a mesma fonte, esta iniciativa, inserida no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), visa instalar pelo menos 500 MW de capacidade de armazenamento de energia na rede elétrica (tanto a nível de transporte, como da distribuição) até ao final de 2025.
Com projetos elegíveis para financiamento de até 30 milhões de euros, o concurso surge em resposta à crescente necessidade de otimizar e gerir a rede elétrica de forma flexível, especialmente à luz da atual conjuntura geopolítica e seus impactos no mercado energético. A capacidade atual de geração de energia em Portugal ronda os 22 GW, enquanto o consumo atingiu 10 GW em 2021.
As candidaturas têm de ser submetidas no portal do Fundo Ambiental e o prazo para tal decorre desde esta quarta-feira, 31 de julho de 2024, até ao dia 2 de setembro. A Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, considera este concurso “uma oportunidade única para empresas e instituições que desejam contribuir para um futuro energético mais sustentável e independente em Portugal, e, assim, fazerem parte da solução para os desafios energéticos atuais”.
Este concurso complementa o Regulamento do Sistema de Incentivo às Empresas “Flexibilidade da Rede e Armazenamento”, aprovado pela Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho. O regulamento, alinhado com o Regulamento Europeu 2023/435, que reforça o REPowerEU, tem como objetivo acelerar a transição para um sistema energético mais limpo e sustentável.
O investimento na flexibilidade e armazenamento de energia é crucial para garantir a segurança, fiabilidade e sustentabilidade do sistema energético português. Ao permitir o armazenamento do excedente de energia renovável quando a produção é superior à procura, e a sua utilização quando a procura aumenta, este concurso contribui para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, integrar mais energias renováveis na rede, diminuir as emissões de gases com efeito de estufa e promover um mercado energético mais eficiente e competitivo.
“Este é um passo significativo no caminho para a independência energética de Portugal e para a construção de um futuro energético mais verde e sustentável”, sublinha a Ministra do Ambiente e Energia, salientando que “o armazenamento de energia desempenha um papel crucial na modernização da nossa infraestrutura elétrica, permitindo uma gestão mais eficaz dos recursos e uma resposta mais ágil às flutuações na oferta e na procura, beneficiando assim a economia e o ambiente.” “Com a crescente integração de fontes de energia renovável, como solar e eólica, é essencial dispor de soluções que garantam a flexibilidade e a estabilidade da rede elétrica”, conclui Maria da Graça Carvalho.