Há uma mosca que pode acabar com a fome (e ajudar a salvar o planeta)



A larva deste tipo de mosca tem sido utilizada como alimento para animais exóticos, contudo pode ser a solução para nos alimentar.

A mosca soldado-negro consegue transformar qualquer tipo de resíduo orgânico em proteína de alta qualidade.

Pode parecer estranho, mas esta é uma indústria em crescimento, devido às suas inúmeras vantagens. Por exemplo, meio hectare destas larvas produz mais proteína do que 1200 hectares de gado ou 50 hectares de soja. Além disso, a emissão de gases com efeito de estufa é mínimo.

“Não há razão para não estarmos a fazer isto à escala mundial”, disse Jeff Tomberlin, professor de entomologia na Universidade do Texas. Só na China, as larvas da empresa JM Green processam cerca de 50 toneladas de resíduos alimentares por dia.

“Há vinte anos, eu teria rido” com a ideia de alimentar pessoas com insectos, confessou Liz Koutsos, CEO da empresa EnviroFlight, que também tem como negócio o cultivo destas larvas.

O potencial destas moscas soldado-negro é conhecido há décadas. Em 1970 tentaram converter estrume em proteína, mas não chegaram a conseguir fazê-lo de forma viável. Contudo, em 2002 a criação em cativeiro destes insectos começou a ter sucesso, o que tem possibilitado os testes em diversas aplicações.

Assim sendo, as larvas poderão ser um caminho para terminar com o desperdício de comida de uma forma mais sustentável, visto que a mosca soldado-negro come praticamente tudo.

“As larvas de mosca soldado negra podem produzir mil vezes mais proteína do que os animais terrestres ou plantas”, diz Liz Koutsos.

Um hectare de terra usado para criar colónias de moscas soldado-negro pode produzir quase 60 toneladas de proteína por ano, segundo várias estimativas de especialistas.
Por outro lado, o mesmo espaço para gado só permite a produção de 4,5 quilogramas de proteína e para galinhas, cerca de 815 quilos.





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