Havai: alguns protectores solares podem ser proibidos a bem da saúde dos recifes de corais
Oxibenzona e octinoxato: os nomes podem dizer-lhe muito pouco, mas estas duas substâncias estão presentes na grande maioria dos protectores solares que ano após ano aplicamos quando o sol dá um ar da sua graça. Elas são também as principais culpadas do declínio dos recifes de corais do Havai, EUA.
Preocupados com esta situação, o estado norte-americano do Havai aprovou recentemente um projecto lei inédito que proíbe a venda de protectores solares que contenham estes produtos químicos na sua composição.
Segundo informações avançadas pela BBC, a proposta apresentada pelo senador democrata Mike Gabbard, defende o fim da venda de qualquer protector solar sem receita médica contendo oxibenzona e octinoxato, em todo o estado do Havai.
“O Havai está definitivamente na vanguarda ao proibir esses produtos químicos perigosos em protectores solares”, afirmou o senador Mike Gabbard, em declarações ao jornal Honolulu Star Advertiser.
Em causa está o impacto provocado por estas substâncias, com vários estudos a indicarem que estes componentes matam os corais em desenvolvimento, aumentam o branqueamento dos corais e causam danos genéticos aos corais e outros organismos marinhos. A ser aprovada, este projecto lei “fará uma enorme diferença na proteção de nossos recifes de coral, vida marinha e saúde humana”, defendeu o senador.
Dados publicados ainda em 2015 pelo cientista Craig Downs, indicavam que cerca de 12 mil toneladas de protector solar acabam por se infiltrar nos recifes de coral, com a oxibenzona e octinoxato a serem apontadas como as substâncias mais nefastas.
“Qualquer pequeno esforço para reduzir a poluição por oxibenzona pode significar que um recife de coral sobrevive a um longo e quente Verão ou que uma área degradada se recupera”, afirmou o cientista ao Washington Post aquando a publicação desses dados.
Para já o projecto contou com o voto positivo da maioria dos deputados havaianos, faltando apenas a assinatura do governador democrata David Ige. A ser aprovado, o projecto entrará em vigor em 2021.
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