Cerca de 70% das PME portuguesas considera a sustentabilidade um tópico importante, revela novo barómetro



A Yunit Consulting apresentou esta manhã os principais resultados do seu primeiro Barómetro Heróis PME, um estudo pioneiro que contou com a participação de mais de 200 PME portuguesas. A sessão contou com a participação de Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting, Carlos Suarez, Administrador da Victoria Seguros, Miguel J. Martins, Sustainable Investments Partner na Grosvenor e Luis Teodoro, Administrador da SoftFinança.

O inquérito teve com objetivo medir o sentimento das empresas face à recuperação e expectativas de crescimento no futuro próximo. As respostas foram recolhidas entre 8 de fevereiro e 25 março de 2022, o que demonstra que a sua visão teve em conta o atual contexto económico e geopolítico.

“Fez-nos muito sentido passar aquilo que são os percursos, as histórias de vida, a coragem e também a visão – às vezes não estruturada naquilo que aprendemos nas escolas de negócio, mas uma visão de negócio muito interessante – e a sustentabilidade que hoje tanto se fala, nas empresas familiares e nas PMEs, que está muito presente”, começa por explicar Bernardo Maciel.

Os fatores que mais contribuíram para enfrentar os desafios do mercado foram, segundo as organizações, a capacidade de adaptação/flexibilidade (52,5%), a capacidade de inovar (51,6%), qualidade do produto/solução que oferece (48,8%) e o talento humano (47,5%). Mais de metade dos gestores concorda que a capacidade de adaptação e o empenho dos colaboradores teve um grande contributo para esse desfecho. O contexto pandémico foi ainda visto como um fator do qual as empresas saíram mais fortes (69,7%). Nos próximos três anos, mais de 50% dos gestores estão confiantes de que as empresas terão um crescimento entre 10% e 30%.

A transformação digital ganhou importância neste contexto, passando de um “nice to have” para um “must have”. 50,7% dos inquiridos afirma que a pandemia acelerou a digitalização na sua organização, e 62,7% vê esta mudança como uma vantagem competitiva da sua empresa. Além disso, para mais de 90% das PME, a digitalização já integra a estratégia da sua empresa.

Nesta perspetiva, Luis Teodoro, Administrador da SoftFinança, sublinha que “A transformação digital é adotar todo um procedimento institucionalizado com base em informação que nos vem digitalmente e que suporta as nossas decisões.” Quanto às respostas, “demonstram claramente já estão numa fase de afinar, pormenorizar, melhorar, a implementação disto com as organizações. Ter estruturas internas digitais, de comunicação e de gestão, independentemente da organização, é sinal de que já passaram da fase da comunicação digital assente nos powerpoints e nos papéis, para um mind-set completamente digital. “

No campo da sustentabilidade, 69,9% das empresas consideram que a mesma se tornou um tópico importante. Este conceito é, para cada vez mais empresas, uma proposta de criação de valor. Como refere Miguel J. Martins, “a dimensão hoje do que é sustentável vai muito para além tradicional, ecológico e natureza.” Atualmente, é visível um movimento “de que mesmo que algumas empresas tivessem a dúvida de se a sustentabilidade era uma boa estratégia de negócio, pensavam duas vezes, porque não sabiam como é que os seus stakeholders iam reagir. Estamos a falar de toda a cadeia de valor, desde os investidores até aos consumidores”, expõe.

O Sustainable Investments Partner na Grosvenor alerta ainda que “Estamos a gerir o nosso meio empresarial com expectativas irreais partindo do princípio que moramos todos num planeta que não tem limites, e tem. Temos de reinventar a liderança”. Para isso, é necessário trazer a sustentabilidade para o ADN das empresas e apostar na formação dos líderes, adaptando modelos de negócio à realidade.

Outro ponto que mereceu maior atenção das empresas foi a avaliação e gestão do risco. A percentagem de PME preocupadas com este temática passou de 60% para 86%, num cenário de pré e pós-pandemia. Além disso, também começou a dar-se maior importância ao plano de continuidade do negócio (84,%) e ao estabelecimento de parcerias de negócio (94,5%).

Para Carlos Suárez, é imperativo que as empresas deixem de por este tema de lado e comecem a avaliar possíveis impactos que possam comprometer o negócio, sejam climatéricos ou de outra vertente.

Em termos de melhoria do desempenho e apoio especializado, as PME portuguesas indicam que existem quatro áreas chave: a organização e melhoria de procedimentos atuais (20,3%), a eficiência produtiva (18%), o desenvolvimento de novos produtos/processos (16,1%) e o investimento em equipamentos/tecnologia mais atual (12,9%). Quase 90% admite que os serviços de consultoria especializados permitem aumentar a sua performance. Na decisão sobre qual a fonte de financiamento mais relevante, 88,1% das empresas elegeu os incentivos financeiros no âmbito do Portugal 2020/2030, como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).





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