Hotel que aposta no “turismo regenerativo” projetado para o concelho de Odemira



Um novo hotel de quatro estrelas, que pretende ser uma referência “em termos de desenvolvimento turístico sustentável, regenerativo e responsável”, pode vir a nascer no concelho de Odemira, no distrito de Beja.

O projeto do Hotel dos Aivados – Aldeia do Silêncio, atualmente em fase de estudo prévio e cujo Estudo de Impacte Ambiental (EIA) esteve em consulta pública até quinta-feira, é promovido pela empresa Célula Solitária, Lda., estando prevista a sua implementação numa propriedade rural em Godins Velhos, na freguesia de Vila Nova de Milfontes.

De acordo com o EIA, consultado hoje pela agência Lusa, a futura unidade turística, cujo valor do investimento não é revelado, será um hotel-apartamento de quatro estrelas composto por 22 apartamentos, de tipologias T2 e T2 ‘premium’, e 16 moradias T3 e T4, num total de 196 camas.

O projeto prevê igualmente a construção de 16 piscinas individuais e mais duas coletivas, bar e restaurante, assim como um ‘spa’, um centro para retiros de yoga e meditação, e 82 lugares de estacionamento, 35 dos quais cobertos.

Ao todo, serão criados 58 novos postos de trabalho no Hotel dos Aivados – Aldeia do Silêncio.

Segundo o EIA, o investimento a realizar pretende compatibilizar “a ocupação turística com o atual uso agroflorestal”, sobretudo montado de sobro e pecuária extensiva, “por forma a criar um estabelecimento hoteleiro de referência capaz de promover a criação sustentada de valor económico, social e ambiental na região”.

“Este hotel é desenvolvido como um projeto de turismo regenerativo, de forma a repor o equilíbrio entre a atividade turística e a disponibilidade de recursos”, pode ler-se no documento.

O projeto prevê igualmente “melhorar e reintroduzir os ‘habitats’ naturalmente ocorrentes na região”, “ser uma referência em termos de gestão de recursos, em particular do recurso água” e “inspirar e educar as futuras gerações para o respeito pelo ambiente”.

É nesse âmbito que os promotores estimam, entre outras metas, integrar no projeto “um ciclo da água com recuperação de 85% da água consumida” e construir edifícios “com baixo impacte no ambiente e na paisagem, que permitam uma ligação à envolvente”.

Está ainda prevista a criação de um “santuário” para aves e insetos polinizadores, ao longo de 15 hectares, e de um ‘Forest Club’, destinado à educação ambiental das crianças, “potenciando a sua conexão com a natureza”.

A constituição da Fundação Vicentina, uma organização sem fins lucrativos que visará angariar fundos para a melhoria das condições naturais da Costa Vicentina e do Sudoeste Alentejano, é outra das ambições dos promotores da unidade.

No EIA consta ainda a realização de um estudo “de viabilidade de uma solução de geotermia superficial para climatização e produção de águas quentes sanitárias e suas mais-valias”, e a implementação do “Regenerar Aivados”, um plano de gestão “dos ecossistemas com foco na melhoria e regeneração dos ‘habitats’ naturais e a criação de uma estrutura de fruição do território, valorizando os pontos de interesse local”.





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