Ilha da Páscoa: o plástico atingiu o destino mais enigmático da Terra



Vivem daquilo que a natureza lhes dá, têm forte espírito de entreajuda e recebem com alarme as crises climáticas. A quantidade de plástico que invade a Ilha tira o sono a boa parte dos cerca de 12 mil habitantes. Mas eles não desistem: agarram nas vassouras e reciclam todo o lixo que encontram na orla costeira. A base económica da ilha é a agricultura, especialmente com as plantações de batata doce, cana-de-açúcar, banana, entre outros. As atividades turísticas têm levado à ilha alguns problemas, como a acumulação de plástico e outros resíduos.

Outro motivo de preocupação da comunidade é a subida do nível dos oceanos, que está a impor-se a um bom bocado de terra até então habitado, obrigando os locais a deixar as suas plantações e mover-se em direção ao centro da ilha. Na última década, o mar avançou 3,6 milímetros, por ano, devido ao aumento das temperaturas e da acidez das águas, com menos oxigénio, segundo a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU).
No ano passado, depois de um condutor chileno ter destruído um monumento nacional, o presidente da Ilha de Páscoa pediu para que fossem reintroduzidas restrições automóveis ao redor de locais arqueológicos.

De acordo com o jornal The Guardian, os danos causados pelo condutor, que foi detido e acusado de danificar um monumento nacional, são “incalculáveis”. Além de ter destruído figuras “moai”, consideradas sagradas pelos habitantes da ilha, o condutor destruiu ainda a plataforma onde estas se encontravam.

Conforme nasce o dia, a ilha vulcânica revela-se e exibe quase 900 moais (estátuas de pedra) deixados pela civilização Rapa Nui, a meio caminho entre a América e a Oceania. A pequena Ilha de Páscoa pertence ao Chile e a curiosidade é o sentimento de quem a visita. Formada por poderosos vulcões, o solo da ilha é bastante irregular e repleto de crateras, cavernas. Os moai medem, em geral, entre três e seis metros, e os maiores atingem os dez metros, com um peso de 80 toneladas. O material da maior parte dos moai é também rocha vulcânica, cinzenta-amarelada, extraída das paredes da cratera do vulcão Rano Raraku. O que explica um dos enigmas, a pedra em que foram esculpidas as estátuas não existe na superfície da ilha, mas também não provém do espaço exterior: vem das suas profundezas interiores.

Alguns estudiosos dizem que a ilha foi colonizada por um grupo de exploradores vindo das Ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa. A data de sua chegada é bastante incerta. Há quem diga que foi ao redor do século IV, outros dizem que foi século VIII ou ainda século XIII. Na própria tradição dos rapanui remanescentes, a ilha teria sido colonizada por uma família e seu patriarca se tornado o primeiro rei rapanui.

Hanga Roa, a capital, é o lugar onde vive a maior parte dos cerca de três mil habitantes da ilha. O coração e ponto de encontro dos pascoenses é a Praça Hotu Matua.





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