Ilhas australianas têm uma rica, mas ameaçada, diversidade de anfíbios e peixes de água doce



Cientistas da Universidade de Queensland (Austrália) criaram o é considerada a primeira base de dados sobre as espécies de anfíbios e peixes e água doce de centenas de ilhas australianas.

Com essas informações, pretendem impulsionar esforços de conservação desses grupos de animais por todas as mais de nove mil ilhas que fazem parte do território desse país.

Do conjunto das ilhas estudadas, os investigadores revelam que 536 contêm habitats de água doce, desde lagos profundos até riachos que só aparecem em certas alturas do ano. É aí que residem, avançam num artigo publicado na revista ‘Diversity and Distributions’, 102 espécies de anfíbios, pertencentes a seis famílias distintas, de diferentes tamanhos e comportamentos.

Foram também identificadas 95 espécies de peixes de água doce, “algumas das quais são endémicas de uma ilha em particular”, e ainda nove espécies não-nativas (ou exóticas), aponta, em comunicado, Samuel Ho, primeiro autor do estudo.

De acordo com a investigação, os anfíbios são mais frequentemente encontradas em ilhas que estão mais próximas da costa continental australiana e com climas húmidos e com temperaturas que variam pouco. Quanto aos peixes de água doce, é nas ilhas de maiores dimensões que são mais abundantes.

Das 197 espécies que identificadas por estes cientistas, 14 sabe-se estarem ameaçadas de extinção, sendo a maioria peixes.

Embora com altos níveis de biodiversidade, os ecossistemas insulares de água doce “estão particularmente vulneráveis a ameaçadas induzidas pelos humanos, como a destruição de habitats e as rápidas alterações climáticas, e muitas vezes são pouco estudados”, diz Samuel Ho.

“Esperamos que esta base de dados ajude a priorizar os esforços de conservação e a definir as ilhas australianas que precisam de estudos mais abrangentes”, acrescenta.

A lista de anfíbios e peixes de água doce das ilhas da Austrália faz parte de um estudo mais amplo que cobre todas as ilhas da região, e para as quais já compilou uma base de dados de espécies ameaçadas de plantas e animais.

“As ilhas são focos para espécies que não ocorrer em qualquer outro lado na Terra”, diz Salit Kark, principal coautor do artigo.

“Mas a combinação do seu isolamento com a atividade humana pode levar as espécies a ficarem ameaçadas nas ilhas e, de facto, muitos extinções têm ocorrido em ilhas globalmente”, avisa.






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