Incêndios: o que se pode fazer como prevenção, antes das primeiras chuvas chegarem?



Depois de um Verão com noticias diárias de centenas de incêndios por todo o país e antecipando a chegada de precipitação nos próximos dias, a associação ambiental Zero lança agora um alerta às autoridades para a necessidade de se actuar com prevenção, desde já. Só assim será possível evitar processos erosivos, a degradação do solo e a poluição da água, diz a organização.

Num esforço partilhado, a ZERO apela a que o ICNF, em conjunto com a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a Agência Portuguesa do Ambiente e os Municípios afectados, tomem algumas medidas que evitem situações de processos erosivos, a degradação do solo e a poluição da água. Assim, é urgente fazer uma avaliação preliminar dos impactes e identificar as zonas mais vulneráveis, caso das áreas classificadas, e nas áreas a montante de massas de água de abastecimento de água às populações. De importância vital é igualmente perceber quais as áreas com necessidade de actuações de emergência. Nos casos urgentes técnicas de engenharia natural, como instalação de barreiras contra a erosão, a utilização de restos de madeira para cobrir o solo ou sementeiras de plantas herbáceas autóctones de rápido crescimento, podem ser fundamentais para prevenir derrocadas e deslizamentos de terras causadoras de danos em pessoas e bens.

A perda de vegetação decorrente de incêndios florestais tem como uma das principais consequências a redução de capacidade de infiltração da água no solo, levando a fenómenos de forte erosão hídrica aquando das primeiras chuvas, que arrastam enormes quantidades de sedimentos para as linhas de água. Esta situação pode ter sérias consequências na qualidade da água, como o aumento de nutrientes, especialmente os nitratos, de material em suspensão, da oxidabilidade da água e, em alguns casos, dependendo do tipo de solo, de ferro e manganês, exigindo-se assim uma “monitorização rigorosa por parte das autoridades públicas”, alerta a Zero.

Como consequência dos incêndios, também a perda de solo e de vegetação vai conduzir inevitavelmente a um aumento do escoamento superficial, o que conduz ao aumento dos caudais e a possíveis inundações a jusante das áreas ardidas.

Medidas preventivas para lidar com os riscos pós incêndios, principalmente a erosão, a degradação dos solos e a poluição da água são urgentes e estão assim na ordem do dia, momentos antes da chegada das primeiras chuvas de Outono.

Foto: pepebaramboi / Creative Commons 





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