Índice DJSI: empresas portuguesas reforçam posição entre as mais sustentáveis do mundo
Num ano recorde em participações de empresas de todo o mundo, a EDP e a GALP continuam em destaque no índice que inclui as empresas líderes globais em sustentabilidade.
O índice DJSI foi o primeiro indicador da performance financeira das empresas líderes em sustentabilidade a nível global. Os membros são classificados como as empresas mais capazes de criar valor para os acionistas a longo prazo, através de uma gestão eficaz dos riscos associados a fatores económicos, ambientais e sociais.
“Do ponto de vista meramente moral e de responsabilidade comercial, ou então devido apenas a viés comercial de um gestor, poderá haver algum conforto em investir em empresas com políticas de sustentabilidade reconhecidas e auditadas internacionalmente. Espera-se, também, uma melhor performance”, explica Filipe Garcia, economista da IMF – Informação de Mercados Financeiros, à Green Savers.
A edição de 2020 – para a qual foram convidadas a participar 3.467 empresas do S&P Global Broad Market Index – contou com mais 19% de participações face ao ano anterior. No final, foram selecionadas 324 para integrar o DJSI World. “A teoria diz-nos que as empresas com bons indicadores de sustentabilidade tenderão a ser mais rentáveis e robustas no longo prazo, por terem menor risco de controvérsias, fraudes, corrupção, multas, mas também por serem mais eficientes nos processos de inovação, gestão e retenção do talento, relacionamento com as comunidades, entre outros aspetos como beneficiarem de incentivos fiscais ou de financiamento em algumas áreas de negócio. Por outro lado, não se pode fugir ao facto de ser um tipo de investimento que tem captado muita atenção e uma procura adicional, fazendo subir os preços desses ativos, transformando-se numa ‘self fulfilling prophecy’”, acrescenta Filipe Garcia.
EDP
Num ano recorde em participações de empresas de todo o mundo, a EDP continua em destaque no DJSI, no qual foi classificada como uma das empresas mais sustentáveis do mundo entre as utilities integradas. É também a única companhia portuguesa no índice há 13 anos consecutivos. O índice voltou a reconhecer a elétrica como uma das companhias globais com as melhores práticas de sustentabilidade.
Para o bom posicionamento da empresa contribuíram vários indicadores, entre os quais se destaca a classificação na dimensão ambiental, melhorou ainda a sua performance no critério de ‘corporate governance’ e manteve boas avaliações nas vertentes económica e social. A EDP foi ainda distinguida como ‘Best in Class’ em dez dos 27 critérios – mais um face ao ano anterior – confirmando assim as suas boas práticas em vertentes tão diversas como estratégia de ação climática, gestão de risco de recursos hídricos, reportes ambientais e sociais, gestão da cadeia de fornecimento, cidadania, envolvimento de stakeholders ou direitos humanos.
“Este novo reconhecimento pelo DJSI, como uma das utilities mais sustentáveis do mundo, vem reforçar que a EDP mantém o rumo alinhado com o desenvolvimento sustentável e o combate às alterações climáticas. É também um incentivo para continuarmos a melhorar as nossas boas práticas ambientais, sociais e de corporate governance, cuja performance voltou a ser valorizada este ano”, comentou o presidente executivo, Miguel Stilwell de Andrade, em comunicado emitido pela empresa.
“Enquanto líder da transição energética, a EDP continua a apostar nas energias renováveis e em novas soluções de eficiência energética que contribuam para a descarbonização. E, num momento tão decisivo como o atual, marcado pela emergência climática e pelo impacto de uma pandemia global, esse compromisso é ainda mais relevante para garantir a proteção do ambiente e a criação de valor para os nossos stakeholders e para as gerações futuras”, reforçou. “Felicitamos a EDP por ter sido incluída no DJSI”, declara Manjit Jus, responsável global pela unidade de ESG Research and Data, da S&P Global.
“Essa distinção é um reflexo de ser líder em sustentabilidade na sua indústria. Com um número recorde de empresas a participar na Avaliação de Sustentabilidade Corporativa 2020 e regras mais rigorosas para a inclusão no índice este ano, isso distingue a empresa e recompensa o seu compromisso contínuo com as pessoas e o planeta.” Além dos indicadores económicos e financeiros, este índice avalia critérios como a transparência, a gestão corporativa, as relações com os investidores, a responsabilidade socioambiental e a qualidade de gestão.
A inclusão da EDP nos Índices Dow Jones de Sustentabilidade é um reconhecimento do compromisso assumido em prol do desenvolvimento sustentável e traduzido quer num reforço das melhores práticas de modelo de Governo da Sociedade, quer na estratégia de expansão das energias renováveis e na utilização de tecnologias de produção mais eficientes.
GALP
A Galp voltou a obter a classificação de empresa mais sustentável da Europa no seu setor durante 2020 e a terceira melhor a nível mundial, de acordo com os critérios do Dow Jones Sustainability Indices (DJSI). Além de manter a pontuação global que tinha alcançado na edição anterior deste ranking – ou seja, a melhor de sempre nos nove anos de presença da empresa nestes índices – a Galp conseguiu ainda aumentar o percentil obtido para os 97 pontos. No DJSI Europe, a Galp classificou-se no primeiro lugar entre as suas pares do setor de Oil & Gas Upstream & Integrated que foram avaliadas.
No DJSI World, a energética portuguesa foi a terceira melhor entre as 59 companhias analisadas. “Esta distinção evidencia o forte compromisso da Galp com as melhores práticas que são a base da criação de valor sustentável para os nossos stakeholders. O reconhecimento pelo DJSI reforça a importância crítica destas práticas nas nossas atividades”, afirmou a petrolífera em comunicado. De acordo com os resultados de 2020 do índice DJSI, a Galp lidera nas categorias de “Materialidade”, “Reporte Ambiental”, “Ecoeficiência Operacional”, “Estratégia Climática”, “Riscos Relacionados com Água”, “Reporte Social” e “Desenvolvimento de Capital Humano.” Além da liderança no DJSI, a Galp confirmou em 2020 a sua classificação triple-A (AAA) no MSCI Europe Energy Index, e manteve a sua posição no top 5 entre as 50 empresas integradas de Oil & Gas avaliadas pelo Sustainalytics, duas das entidades de referência mais prestigiadas mundialmente na avaliação das práticas de sustentabilidade corporativas.
JERÓNIMO MARTINS
O Grupo Jerónimo Martins faz parte da lista de empresas convidadas a integrar o Dow Jones Sustainability Index, sendo que a posição no ranking decorre da avaliação feita pela S&P à informação que publicam. No entanto, a inclusão neste índice implica resposta periódica a um questionário específico, que ainda não se iniciou. A estratégia assumida pela empresa na área da sustentabilidade traduz-se na atuação consistente das Companhias do Grupo em cinco grandes áreas de Responsabilidade Corporativa – Promover a Saúde pela Alimentação; Respeitar o Ambiente; Comprar com Responsabilidade; Apoiar as Comunidades Envolventes; e Ser um Empregador de Referência.
“Trata-se, acima de tudo, de uma filosofia de gestão e de decisões que são tomadas pelos negócios no dia a dia, ao longo de toda a cadeia de valor, e que têm vindo a ser reconhecidas internacionalmente com a inclusão em mais de 60 índices de sustentabilidade, entre os quais o Eurozone 120 e Europe 120, ambos da Euronext Vigeo-Eiris, ou os FTSE4Good Global e Europe Indexes. Foi com imensa satisfação que vimos este último colocar-nos no percentil 98, em dezembro de 2020. Recentemente, foram publicados os resultados da avaliação do Carbon Disclosure Project (CDP) 2020 que consolidam a posição de Jerónimo Martins num patamar de liderança do setor do retalho alimentar no combate às alterações climáticas e à desflorestação.
A este propósito, é importante referir que o Grupo se mantém como o único retalhista alimentar a nível mundial a obter um nível de liderança (A-) em todas as matérias-primas associadas ao risco de desflorestação (óleo de palma, papel e madeira, carne de bovino e soja)”, explica fonte oficial da Jerónimo Martins à Green Savers.
Em cada um dos cinco pilares de Responsabilidade Corporativa, o Grupo tem identificados objetivos concretos com métricas bem definidas. Estes objetivos são públicos, podem ser consultados no website corporativo a qualquer momento e guiam a atuação da empresa em períodos de três anos. “Estamos convictos de que o rigor e a transparência com que o Grupo comunica o cumprimento dos objetivos têm contribuído de forma decisiva para a inclusão nos mais relevantes índices de ESG do mundo”, acrescenta a mesma fonte oficial.
A título de exemplo, a Jerónimo Martins foi o primeiro retalhista alimentar em Portugal a calcular, divulgar e certificar de forma independente a pegada de desperdício alimentar. O Grupo procura combater o desperdício em todas as frentes, mas o combate ao desperdício alimentar é, pela natureza do negócio, um dos principais compromissos. Em linha com o 12.3 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, tem a meta de alcançar até 2030 a redução para metade do desperdício alimentar que geram.
“Entre 2015 e 2019, nos três países em que estamos presentes (Portugal, Polónia e Colômbia), doámos 58 mil toneladas de alimentos que chegaram a milhares de pessoas carenciadas e aproveitámos 76 mil toneladas de fruta e vegetais “feios” para as sopas produzidas nas nossas cozinhas, os produtos de 4ª gama (lavados e preparados para sopas e saldas), e também, para outros produtos destinados ao canal Horeca (através da nossa cadeia grossista Recheio)”, conclui fonte oficial da empresa à Green Savers.
Notícia publicada originalmente na edição impressa da Green Savers – Edição Março.