Indonésia celebra nascimento de rinoceronte-de-sumatra, espécie Criticamente em Perigo



Foi no passado dia 30 de setembro que no Parque Nacional Way Kambas, na província indonésia de Lampung, nasceu uma cria de rinoceronte-de-sumatra (Dicerorhinus sumatrensis), uma espécie Criticamente em Perigo.

É a mais pequena e mais peluda das cinco espécies de rinocerontes que ainda vivem na Terra, e estima-se que existam apenas 30 indivíduos adultos, todos na Indonésia, nas ilhas de Sumatra e do Bornéu. Em tempos, distribuíram-se um pouco por todo o sudeste asiático, mas a destruição das florestas e a sua conversão em áreas agrícolas, a caça e condições ambientais adversas (como secas e incêndios) empurraram esta espécie para o limiar da extinção, sendo que a tendência de declínio das populações existentes continua.

Apesar dessas ameaças, investigações recentes sugerem que alterações climáticas ocorridas há cerca de nove mil anos terão resultado numa redução dramática do número de rinocerontes-de-sumatra na Natureza, e que as populações da espécie, desde então, não têm conseguido recuperar.

De acordo com informações avançadas pelo Ministério do Ambiente de Florestas das Indonésia, a cria é uma fêmea, a terceira de Ratu, uma fêmea de 23 anos que reside no parque nacional. O progenitor é um macho de 22 anos chamado Andalas, que nasceu no Zoo de Cincinatti, nos Estados Unidos da América, tendo chegado à Indonésia em 2007.

A cria nasceu saudável, e pouco tempo depois já se deslocava sozinha pelo recinto.

“Estas são notícias felizes, não apenas para o povo da Indonésia, mas também para o mundo”, salienta Siti Nurbaya, ministra do Ambiente indonésia, apontando que o Parque Nacional de Way Kambas, através do seu programa de reprodução em cativeiro, já conseguiu gerar quatro crias de rinoceronte-de-sumatra. O objetivo é que estes animais possam, no futuro, ser libertados na Natureza, para reforçar as populações selvagens.

O rinoceronte-de-sumatra é a única espécie de rinoceronte asiático com dois chifres. Ao contrário de outras espécies, têm o corpo coberto de pêlo, pelo que os especialistas consideram que é geneticamente mais próxima do extinto rinoceronte-lanudo (Coelodonta antiquitatis) do que qualquer das outras espécies de rinocerontes que hoje ainda vivem.





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