Indústria alimentar e medidas governamentais são um problema para o ambiente, revela estudo



A indústria alimentar tem um grande peso na poluição mundial, sendo responsável por 30% do consumo de energia e por 22% dos gases de efeito de estufa emitidos (GEE) para a atmosfera. À medida que a população aumenta, torna-se urgente criar mudanças neste paradigma.

Um estudo publicado recentemente no British Medical Journal, afirma que as diretrizes alimentares baseada nos alimentos (FBDGs) são insuficientes e incompatíveis com as normas recomendas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela EAT-Lancet Commission.

A investigação avaliou 85 países de diferentes continentes, comparando as suas diretrizes com as metas ambientais (Acordo de Paris) e de saúde definidas pelos governos. Em causa estão seis metas relativamente à utilização dos recursos naturais, à limitação do aquecimento global e à prevenção de mortes precoces por doenças não infecciosas.

Grande parte das diretrizes, inclusive as de Portugal, mostraram-se incompatíveis na totalidade com as normas recomendadas. No entanto, ainda assim, os governos conseguiram prevenir até agora 15% das mortes prematuras, e reduzir em média as emissões dos GEE em 13%.

Marco Springmann, investigador da Universidade de Oxford, explicou ao The Guardian “As evidências do impacte ambiental das nossas escolhas alimentares estão aumentar”, porém, “a maioria dos governos evita fornecer recomendações claras sobre a limitação do consumo [de carne e lacticínios], apesar das suas emissões e do grande uso de recursos”.

O estudo conclui que, para contribuir para a saúde humana e para a sustentabilidade ambiental, é necessário desenvolver melhores mecanismos que impulsionem a limitação de consumo de alimentos de origem animal, especialmente a carne bovina (vermelha) e os lacticínios, e a adoção de legumes, grãos integrais e frutas às dietas alimentares.

 





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