Inovador sensor mede qualidade do nosso pescado



Verificar a qualidade do peixe, bem como reduzir o desperdício alimentar na indústria do pescado e prevenir problemas de saúde pública é o objectivo do FishBioSensing, um projecto levado a cabo por uma equipa da Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

Anualmente são desperdiçadas mais de 33 mil toneladas de peixe por ano, cerca de um quarto do que é capturado.  A grande maioria desse peixe é transformado em farinhas para alimentação animal, perdendo, por isso, valor monetário. Ora, para lutar contra este desperdício esta equipa de investigadores está a desenvolver um “dispositivo electroquímico selectivo, sensível, descartável e de baixo custo, que permite avaliar a segurança e a qualidade dos produtos da pesca, nas diferentes etapas da cadeia alimentar”, explicam em comunicado.

Portátil e de simples utilização, este novo dispositivo permite obter um sinal eléctrico directamente proporcional à quantidade de histamina presente no peixe, considerada um dos seus principais parâmetros de qualidade.

Mas como saber quais os melhores peixes? “Os peixes frescos e de qualidade possuem baixos níveis de histamina, que aumentam à medida que o pescado perde frescura. Este composto apresenta riscos para a saúde e pode resultar em intoxicação e reacções alérgicas”, explicam. Ora, este novo dispositivo vem tornar o processo de monitorização da histamina mais fácil, já que a sua detecção em laboratório requer vários equipamentos e técnicos especializados, num processo muito moroso.

Este novo sistema abre o caminho a uma importante mudança, já que permitirá disponibilizar informação sobre a conservação dos produtos para, consequentemente, diminuir a tendência de desperdício, o que acontece constantemente, independentemente de o peixe ainda se encontrar em boas condições.

Para a equipa responsável, este projecto contribuirá para uma maior consciencialização da qualidade do produto, evitando problemas para a saúde pública. A tecnologia em desenvolvimento poderá ser utilizada pelos laboratórios de controlo de qualidade, indústrias alimentares, distribuidores e autoridades reguladoras.

Um projecto inovador que contou também com a participação da empresa WeDoTech, do Instituto Politécnico de Leiria e do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) e que deverá estar concluído no decorrer de 2019.

Foto: via Creative Commons 





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