Inteligência Artificial da Huawei usada na conservação da vida marinha na Irlanda



As rotas de navegação ao largo da costa sul irlandesa, no Mar Céltico, estão a contribuir significativamente para a poluição sonora no ambiente marinho, afetando uma grande variedade de espécies, como focas, peixes e lulas. E pode mesmo ameaçar a sobrevivência das baleias, uma espécie protegida.

A conclusão é do projeto Smart Whales Sounds, coordenado pela organização conservacionista irlandesa Ocean Research & Conservation Association (ORCA), e foi apresentada recentemente na Irlanda. A iniciativa procura compreender de que forma o ruído marinho está a afetar as populações de espécies marinhas nessa região e como mitigar esses impactos.

Para isso, está a ser utilizado um sistema de deteção multi-espécies em tempo real, baseado num modelo de Inteligência Artificial criado pela Huawei, que tem implicações práticas para a conservação marinha e fornece notificações aos navios em áreas onde as baleias estão presentes.

Em comunicado, a empresa revela que esta captação, baseada num sistema de aquisição de dados acústicos, pretende também contribuir para o planeamento de infraestruturas marinhas fundamentais, como as instalações de energias renováveis, para garantir a minimização do impacto da sua construção na vida marinha.

Emer Keaveney, cofundador e diretor executivo da ORCA Irlanda, considera que “o ruído do transporte marítimo e de outras atividades humanas nas nossas águas pode ter um impacto gravemente prejudicial na vida marinha”. E recorda que “o ruído, como o zumbido baixo de um navio porta-contentores, pode mascarar o chamamento das baleias e afetar a comunicação entre os animais”.

Como tal, o responsável defende que “os recentes avanços tecnológicos oferecem uma oportunidade para utilizar estas inovações para melhorar a nossa compreensão do mundo natural”. Segundo Emer Keaveney, na prática, isso traduz-se “na utilização do ModelArts da Huawei, que, baseado em Inteligência Artificial (IA) e em conjunto com o armazenamento na cloud e com machine learning, permite automatizar a monitorização da vida selvagem para a conservação marinha”.

Por sua vez, Luís Neves, Diretor Executivo da GeSI, comenta, citado em nota, que “estamos orgulhosos por ter a Huawei a assumir a liderança e a utilizar as suas inovações e modelos sofisticados de IA e deep learning para detetar e identificar automaticamente espécies de cetáceos e, por conseguinte, apoiar a preservação de golfinhos e baleias”.

Luke McDonnell, responsável de Relações Públicas da Huawei Irlanda, explica o processo de aplicação desta tecnologia para a preservação das espécies, dizendo que “ao utilizar a tecnologia de nuvem da Huawei, esses dados foram transmitidos aos investigadores em tempo real, sem a necessidade de retirar o equipamento do mar, o que provocaria grandes atrasos” e perdas ou danos no equipamento.

“A Huawei acredita que ninguém deve ser deixado para trás no mundo digital e a nossa missão é colocar a inclusão digital na frente e no centro da nossa atividade”, acrescenta o representante da tecnológica. E acrescenta que “as tecnologias digitais, como a IA, a nuvem e o 5G, estão a ser rapidamente integradas e amplamente aplicadas em diferentes sectores e isto está a facilitar a transformação digital e o desenvolvimento socioeconómico sustentável, trazendo benefícios tangíveis para a sociedade como um todo”.

Com início em março de 2021, o projeto ORCA Ireland Smart Whale Sounds é realizado em parceria com a Rainforest Connection (RFCx), e apoiado pela Huawei através da iniciativa TECH4ALL. A análise preliminar sugere que a costa sul da Irlanda é um “ponto quente” de cetáceos, tais como baleias e golfinhos.





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