Interesse dos consumidores pelos veículos eléctricos foi exagerado
Houve um exagero numa possível procura acelerada dos consumidores pelos veículos eléctricos, de acordo com um estudo da consultora JD Power.
Segundo a consultora, especialista em automóveis, em 2020 o mercado dos veículos eléctricos deverá vender apenas 5,2 milhões de unidades, ou seja, de 7,3% de um mercado avaliado em 70,9 milhões de automóveis.
Depois de consultar consumidores dos Estados Unidos, da China e da Euopa, a JD Power concluiu que será difícil convencê-lo a trocar os veículos convencionais pelos eléctricos ou híbridos, sobretudo por causa de questões relacionadas com o design, com a performance e com o preço.
“Não antecipamos uma migração para os veículos verdes na próxima década”, explicou a JD Power.
O estudo revelou ainda que, entre os consumidores norte-americanos que estavam interessados em comprar um carro híbrido ou eléctrico, metade pôs de lado a ideia quando soube que o automóvel custaria, em média, mais 3600 euros.
“Todos acreditamos que todos os outros deveriam conduzir um carro amigo do ambiente, mas quando falamos com os consumidores sobre preços, o seu altruísmo vem por água abaixo”, revelou o vice-presidente de pesquisa automóvel da JD Power, Dave Sargent.
Ainda segundo a JD Power, o comprador de veículos híbridos ou eléctricos terá um perfil mais velho, mais educado e… mais rico que a média da população. “Um nicho demográfico único”, explica o estudo.
Recorde-se que governos de todo o mundo, liderados pelos Estados Unidos mas também Portugal, Espanha, Reino Unido e Irlanda, têm gasto milhões de euros para a produção – e compra – de carros e baterias eléctricas.
O próprio CEO da Renault e Nissan, Carlos Ghosn, referiu recentemente que espera que, em 2020, os eléctricos representem 10% do mercado global. Quem terá razão?