Investigadores propõem medidas para evitar que a Covid-19 chegue à Antártida



Investigadores de diversos países propuseram um conjunto de medidas para evitar que o novo coronavírus responsável pela Covid-19 chegue à Antártida e infete a fauna do continente.

Atualmente a Antártica é o único lugar do planeta onde a Covid-19 não chegou, mas os efeitos que o vírus pode ter na sua delicada fauna são desconhecidos, segundo um grupo de investigadores de várias instituições científicas mundiais.

O que aconteceria se o novo coronavírus infetasse espécies como baleias, pinguins ou focas na Antártida? Esta é a pergunta feita pelos cientistas do Comité Científico para Investigação Antártida (SCAR) grupo de trabalho de acompanhamento da saúde da vida selvagem da Antártida.

Possível transmissão do vírus pelo homem

Alguns investigadores apontaram que este coronavírus é muito contagioso e que, assim como passou por zoonoses de uma espécie animal para o homem, poderia seguir o caminho oposto e passar do homem para a fauna.

A equipa de investigação analisou as possibilidades da doença atingir e espalhar-se pela Antártida através de atividades relacionadas à investigação e ao turismo, e propôs medidas para preveni-la.

Os dados das primeiras análises sugerem que os cetáceos apresentam alto risco de infeção, enquanto o risco em focas ou aves parece menor.

As condições ambientais do continente congelado são “a priori” favoráveis ​​à estabilidade e disseminação do vírus, segundo um dos cientistas, tendo observado que as instalações fechadas das bases onde convivem os cientistas ou os barcos que utilizam, assim como os passeios turísticos, poderia promover a transmissão entre humanos e, dependendo dos seus movimentos entre diferentes locais, o vírus poderia facilmente espalhar-se por todo o continente.

O grupo de maior risco, de acordo com os primeiros estudos, seria o das equipas de investigação que entram em contacto com a fauna, enquanto os turistas ou pessoal de apoio só apresentam um risco significativo quando se aproximam a cinco metros da Fauna Antártida, embora esta abordagem, dadas as regulamentações que regem o continente congelado, não deva ocorrer em nenhum caso.

Entre as medidas propostas pelos investigadores está a realização de testes PCR e a quarentena de pessoas que vão visitar o continente, o confinamento de pessoas com sintomas ou o uso de gel hidra alcoólico e a desinfeção de todos os tecidos e materiais têxteis.

Durante o manuseio de animais, o uso de óculos, luvas e equipamentos de proteção devem ser obrigatórios, assim como o material de trabalho nunca deva ser deixado sem vigilância, para evitar que a fauna se aproxime dele e limitar o tráfego ao máximo de pessoas entre as diferentes bases ou navios.





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