Investigadores registam novo aviso de perigo de uma das aves mais populares da Austrália (vídeo)



Cientistas da Flinders University, na Austrália, identificaram um novo tipo de vocalização utilizado por uma das aves mais populares do país, a fadinha-Soberba (Malurus cyaneus). O estudo, publicado na revista Royal Society Open Science, descreve pela primeira vez o chamado agudo em forma de assobio, conhecido como “seet”, emitido em situações de perigo.

De acordo com a investigadora principal, Lauren Common, o alerta é produzido sobretudo quando predadores se aproximam do ninho, especialmente quando existem crias vulneráveis. “O aviso atinge os picos mais altos enquanto os pintainhos ainda estão no ninho, diminuindo gradualmente após a saída das crias”, explica.

A equipa utilizou uma combinação de observações de campo, análises acústicas e experiências controladas para documentar e classificar esta nova vocalização. Os investigadores sublinham que a descoberta ajuda a compreender como os progenitores gerem o risco em torno dos ninhos e como a evolução molda a comunicação quando as crias são mais vulneráveis.

Para Professor Sonia Kleindorfer, da University of Vienna, a descoberta revela que mesmo espécies bem estudadas ainda têm segredos a desvendar. “Encontrar um novo tipo de chamado numa espécie tão conhecida mostra quanto ainda há por aprender sobre a comunicação das aves”, afirma.

O estudo indica que o “seet” está consistentemente associado a ameaças à reprodução e distingue-se de outros chamados de alarme da fadinha-Soberba. A investigação demonstra também como pequenas aves passeriformes codificam informação sobre perigos nas suas vocalizações e coordenam respostas em grupo.

A fadinha-Soberba ocupa uma vasta área no leste da Austrália, mas apresenta sinais de declínio, sobretudo em ambientes urbanos.

Diane Colombelli-Négrel, diretora do BirdLab da Flinders University, acrescenta que o estudo evidencia “a sofisticação da comunicação da fadinha-Soberba e a sua importância para a sobrevivência em ambientes com muitos predadores”. O trabalho de campo foi realizado no Cleland Wildlife Park, perto de Adelaide, na Austrália do Sul.






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